
Foi em fevereiro de 2002, que o alagoano Sacha Passos viveu uma das maiores experiências que marcou a sua vida: a escala no Ring Around Lombok, mais conhecida como a Ilha de Lombok, na Indonésia. Junto com outros turistas, ele seguiu uma trilha ao redor do vulcão ativo no Monte Rinjani.
Foi nesse mesmo local que a brasileira Juliana Marins, de apenas 24 anos, caiu no vulcão e ficou por quatro dias à espera de um resgate. Ela não resistiu e foi encontrada sem vida nessa terça-feira (24).
Leia também

“Eu fiz esse mesmo roteiro que a Juliana acabou não tendo sucesso e faleceu. O circuito é muito difícil”, comentou ele.
Naquele 2002, Sacha Passos tirou um ano sabático e decidiu viajar pelo mundo. Na Indonésia, ele seguiu para outros destinos no país, sendo um deles a Ilha de Lombok.
No local, conheceu outros turistas – americanos e europeus – e todos eles resolveram escalar a montanha que fica ao redor do vulcão.

“A subida é muito difícil”, enfatizou ele. Foram três dias de caminhada, sendo que o grupo dormiu por duas noites em pontos diferentes da trilha. “A estrutura é muito básica”, disse o alagoano.
Ele pontua que, ao acompanhar as notícias sobre a queda de Juliana, percebeu que a maneira de se fazer a trilha na localidade continua igual. “Depois de 20 anos, a gente percebe que a forma ainda é a mesma”, relata ele.
A caminhada é longa e com muitos obstáculos, segundo Sacha. “Tem momentos que a gente precisa se amarrar uns aos outros para subir paredões e conseguir chegar ao topo para fazer a última dormida e escalar a última etapa. Essa etapa é de areia vulcânica e é muito solta. É muito difícil de caminhar. Você sobe três passos e desce dois, exatamente onde ela caiu”, relatou ele com detalhes.
Na última etapa da trilha, conta ele, o grupo acordou às 4h. Ainda era escuro e o objetivo era ver o nascer do Sol. “Eu consegui chegar até o final lá. Foi uma experiência incrível. Bem difícil, mas foi valorosa.”

MORTE DE BRASILEIRA
Juliana, natural de Niterói (RJ) e dançarina profissional de pole dance, fazia uma viagem pela Ásia desde fevereiro e visitou países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar à Indonésia.
O acidente ocorreu na última sexta-feira (20), quando Juliana tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha. Turistas avistaram a situação cerca de três horas depois e alertaram a família pelas redes sociais, enviando localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.
A brasileira só foi encontrada nessa terça-feira (24) a uma profundidade de 900 metros. O corpo dela foi içado nesta quarta-feira (25).