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Como pagode e sertanejo se uniram para criar música mais ouvida do Brasil

Canção do Menos é Mais com Simone Mendes lidera ranking no streaming nas últimas semanas. Faixa foi composta para ser reggaeton e foi oferecida para Gusttavo Lima


			
				Como pagode e sertanejo se uniram para criar música mais ouvida do Brasil
Menos é Mais e Simone Mendes no hit "P do Pecado". — Foto: Ricardo Ribeiro/Divulgação

"P do Pecado" é a música mais ouvida no Brasil no Spotify nas últimas semanas. Lançada em 30 de abril, a faixa do Menos é Mais em parceria com Simone Mendes passou por várias mãos antes de assumir o topo do ranking musical, lugar que há tempos o pagode não assumia nas plataformas de streaming – apesar do grande sucesso do ritmo no ao vivo.

O Menos é Mais chegou a ocupar o posto rapidamente em 2024 com "Coração partido", mas a posição tem a quase onipresença do sertanejo e do funk há anos. Antes deles, o último pagonejo a chegar ao topo foi "Atrasadinha", uma parceria de Felipe Araújo e Ferrugem, em 2018.

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"Para gente está sendo um momento incrível, o melhor momento da carreira do Menos É Mais", comemora o músico da banda Gustavo Goes. "E também é uma vitória gigantesca para nosso segmento, para o pagode. A gente sabe que a grandeza do nosso segmento não está refletida ali nos números, principalmente em plataformas digitais, mas eu acredito que, com o tempo, isso vai ser cada vez mais traduzido. O pagode é gigantesco."

A trajetória do 'P do Pecado'

Há 9 meses, "P do Pecado" foi composta por Henrique Casttro, Elvis Elan, Ricardo e Ronael. Henrique, que já é bem conhecido como compositor no mercado sertanejo ("Espaçosa Demais", "Liberdade Provisória", "Motel Afrodite", "Terra sem CEP", entre outras), tem investido em sua carreira de cantor, e queria a faixa para seu próximo projeto.

Mas antes disso, chegou a oferecê-la para Gusttavo Lima: "Só que quando eu mandei para ele, não bateu." Assim, voltou ao plano de gravar ele mesmo a faixa. Henrique queria uma participação especial. "Eu pensei na Anitta, no Menos é Mais... eu tava viajando para caramba", conta ele em entrevista ao g1.

Dudu Borges, produtor musical que é amigo de Henrique e já assinou trabalhos do Menos é Mais, disse que daria certo com a banda de pagode. Só que, quando a banda ouviu, gostou tanto que pediu a exclusividade da faixa, prometendo gravar alguma outra com Henrique em nova oportunidade.

Acordo feito (em breve, eles vão gravar um feat em "Quase me Odiando"), Henrique cedeu a música. E Simone Mendes foi convidada para o feat com Menos é Mais, ajudando a música a chegar ao topo.

"Ninguém nunca tinha falado de juntar Menos é Mais e Simone Mendes, mas parece que o público esperava isso e foi absurda a repercussão", comemora Gustavo Goes.

Para ele, a chegada ao topo não se deve apenas pelo fato de Simone Mendes ser do sertanejo, mercado que costuma dominar a lista de músicas mais ouvidas.

"Eu acho que não é só pelo fato de a Simone ser do sertanejo, mas por a Simone ser a Simone mesmo, que chegou na nossa gravação e comprou a ideia do nosso projeto 'Molho', que é bem simples, pé no chão. E ela foi desse jeito, simplona e querendo realmente trocar essa energia com o público. Isso que fez total diferença."

"Fora a parte musical que não tem nem o que falar. A voz dela é uma potência, assim como a voz do Duzão também", comentou o músico, citando ainda o vocalista da banda.

Do reggaeton ao pagonejo

Além da troca de mãos e vozes, a música também teve mudança de ritmo. "Eu não posso mentir para você dizendo que a 'P do Pecado' não era um pagode. Ela virou um pagode com o olhar clínico do Dudu Borges. Ele viu esse potencial nessa pegada. O mérito dessa maluquice que virou é dele", diz Henrique.

A música nasceu com uma pegada de reggaeton. E Henrique pretendia, ainda, colocar um toque mais forte da sanfona em sua gravação.

O compositor também queria fazer uma parceria com a cantora boliviana Icíar Díaz. "Porque eu acho que o santo de casa, às vezes, não faz milagre, e de repente, lá fora, poderia rolar primeiro", explica ele, pensando no mercado latino. Icíar chegou a gravar uma versão em espanhol, mas pelo contrato de exclusividade com Menos é Mais, o registro foi para a gaveta.

A gravação em espanhol já mostrava que era grande a expectativa de sucesso da música. Ainda assim, surpreendeu Henrique pela rapidez com que chegou ao topo. A música foi lançada em 30 de abril. Três semanas depois, já estava na primeira posição. "Eu tinha no meu coração uma certeza de que ela seria tão grande quanto está sendo", comemora.

Para ele, o fato de a música transicionar tão bem do reggaeton original ao pagonejo final também é um sinal de que ela se tornaria hit.

"Não que a gente saiba o que vai ser hit ou não, porque se a gente soubesse, estávamos todos milionários. Mas quando a música é boa, ela geralmente funciona em todos os ritmos."

Baseada em fatos reais

"P do pecado" nasceu inspirada na história de um amigo de Henrique. "Ele foi ficar com a mulher e ela era casada. Só que ela não falou que era casada. Quando ela contou, ele já tinha meio que se envolvido e continuou ficando com ela. E aí a história nasce", conta o compositor. Foi daí que surgiu o refrão, que cita:

"Jogando erro contra erro, o seu é bem maior que o meu

Da vida cê não tira ele, da cama cê não tira eu

Não joga a culpa toda pro meu lado, é você que tem alguém do lado

Eu sou apenas o P do pecado."

Quando Henrique contou ao tal amigo sobre a composição da música, ele revelou o término da relação: "Graças a Deus, eu não tô vivendo mais essa história", disse o amigo.

Fuga da mesmice


			
				Como pagode e sertanejo se uniram para criar música mais ouvida do Brasil
Henrique Casttro. — Foto: Reprodução/Instagram

A letra surgiu durante um encontro na casa de Ronael. O grupo queria fazer algo diferente, para fugir da atual mesmice do sertanejo, como já apontaram Gustavo Mioto e Michel Teló em recentes entrevistas no podcast g1 ouviu.

"Nesse dia, eu tava querendo fazer algo diferente. Tava meio que revoltado com as coisas que a gente acha muito parecidas umas com as outras. E aí eu brinquei: 'Cara, ou a gente perde a tarde ou ganha a vida'."

"E eu acho que esse diferente foi realmente o que bateu. A história tá incrível, a melodia tá incrível, as harmonias são totalmente fora, meio latinas. Fora a grande parceria que é Dudu Borges produzindo, e o Menos é Mais e a Simone Mendes, no momento incrível que estão vivendo."

"Acho que aí foi o Carlo Ancelotti com o Neymar fisicamente bem", compara Henrique, ao analisar as parcerias que fizeram parte do hit.

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