
A quinta-feira foi de Copa do Brasil, de suor, de nervos à flor da pele e de consagração no Estádio Rei Pelé. O CRB entrou em campo contra o Santos, que carregava o retorno de Neymar como trunfo e manchete. Mas quem fez história diante da torcida foi o CRB.

O jogo foi truncado, como manda um confronto de mata-mata. O Santos começou melhor, girando a bola, dominando a posse, tentando impor sua camisa. Sem Neymar, o time parecia comum, previsível. A partir dos 20 do segundo tempo, tudo mudou: com o camisa 10 em campo, o sarrafo subiu. Em seus dois primeiros toques na bola, Neymar serviu Souza e Thaciano. Em ambas, Matheus Albino disse não.
Mas foi aos 42 minutos do segundo tempo que o estádio parou: Neymar recebeu na área e bateu no cantinho. A bola tinha endereço, história e manchete pronta. Mas Matheus Albino, com a ponta dos dedos, salvou. Foi a defesa da classificação. O pênalti defendido na série alternada só serviu para eternizar uma noite já escrita com tinta dourada.
E teve Mikael, cara a cara com o gol, mandando pra fora. Teve chute de Higor Meritão e reflexo de Brazão. Teve emoção até o fim, mas acima de tudo: teve entrega. O CRB jogou por sua torcida. E a torcida devolveu em forma de apoio, barulho e confiança. O Rei Pelé pulsou, e a sinergia se transformou em classificação.

Nos pênaltis, o Galo teve frieza. Albino teve estrela. Neymar fez o dele, mas viu Guilherme isolar e Zé Ivaldo desperdiçar na hora derradeira. Final: 5 a 4 pro Galo, que avança às oitavas com moral.