
Um crime que paralisou a cidade de Olivença, no Sertão de Alagoas, em dezembro de 2022, teve seu desfecho na Justiça nesta semana. José Inácio da Silva foi condenado a 30 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato cruel da esposa Ivonete da Silva. A sentença foi proferida após julgamento no Fórum de Santana do Ipanema, com o réu sendo condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A tragédia teve início quando Ivonete se recusou a entregar ao marido o dinheiro de um benefício social. Segundo os autos, na véspera do crime, ela chegou a ligar para um dos filhos relatando as ameaças que sofria. José Inácio, embriagado e armado com uma foice, teria dito que a mataria se não fosse atendido.
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Na madrugada seguinte, o horror se concretizou. Ivonete foi assassinada de forma cruel, mutilada, colocada dentro de um saco plástico e teve o corpo escondido em uma cova rasa nas proximidades da casa onde morava, no Sítio Rumo, zona rural de Olivença. Para eliminar vestígios do crime, José Inácio ainda ateou fogo na residência.
A polícia chegou ao local após vizinhos notarem o incêndio e alertarem a família. O corpo de Ivonete foi encontrado carbonizado, e as investigações levaram à captura do acusado no Povoado Capelinha, em Major Isidoro. Ele tentou fugir, mas foi preso.
Mesmo diante da brutalidade do crime, José Inácio chegou a conseguir liberdade provisória durante audiência de custódia, sob medidas cautelares. Porém, após a denúncia formalizada pela promotora de Justiça Viviane Farias, a Justiça decretou sua prisão preventiva. Ele foi localizado meses depois em Goiás, por meio de uma operação conjunta das Polícias Civil de Alagoas (PCAL) e Militar de Goiás (PMGO) e transferido para o Presídio do Agreste.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Frederico Monteiro destacou a impossibilidade de aplicar a qualificadora de feminicídio, uma vez que a nova lei sobre o tema (Lei 14.994/2024) só entrou em vigor dois anos após o crime. Ainda assim, as qualificadoras por meio cruel e ocultação de cadáver foram acolhidas pelo Conselho de Sentença.
“O Ministério Público cumpriu seu papel. A sentença, sem dúvida, alivia a dor da família e representa uma resposta firme da Justiça à sociedade”, afirmou o promotor.
*Com assessoria