Comprar um imóvel em leilão pode ser uma excelente oportunidade para adquirir bens por preços abaixo do mercado.
No entanto, essa modalidade de aquisição também exige uma série de cuidados, principalmente quando o imóvel está ocupado pelo antigo mutuário e envolvido em litígio judicial.
A seguir, destacamos as principais cautelas que o comprador deve adotar para evitar surpresas e garantir a segurança jurídica do negócio.
1. Análise Completa do Edital do Leilão
O edital é o documento que rege todo o procedimento do leilão. Nele estão descritas as condições da venda, eventuais ônus sobre o imóvel e informações sobre sua ocupação.
É fundamental que o comprador leia atentamente o edital e, se necessário, consulte um advogado para compreensão dos termos jurídicos.
2. Verificação de Ônus Reais e Ações Judiciais
Antes de participar do leilão, é imprescindível verificar a matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis para identificar eventuais hipotecas, penhoras ou outras restrições.
Além disso, deve-se investigar se há ações judiciais em andamento que possam comprometer a posse ou a propriedade do bem.
3. Ocupação do Imóvel: Desapropriação e Ação de Imissão na Posse
Quando o imóvel está ocupado pelo antigo mutuário ou por terceiros, o arrematante precisará ingressar com ação judicial para obter a posse.
Em casos de leilão decorrente de execução extrajudicial pela Lei 9.514/97, após o registro do auto de arrematação, cabe ao comprador propor a ação de imissão na posse.
Essa etapa pode ser demorada, especialmente se houver resistência ou recursos judiciais interpostos pelo antigo ocupante.
Portanto, o custo e o tempo necessários para desocupação devem ser considerados no cálculo de viabilidade do negócio.
4. Risco de Litígio e Alegações de Nulidade
Em muitos casos, o antigo mutuário questiona judicialmente a validade do leilão, alegando, por exemplo, nulidades na intimação ou irregularidades na execução.
Essas demandas podem gerar instabilidade jurídica, mesmo que a jurisprudência majoritária reconheça a validade do procedimento quando observadas as exigências da Lei 9.514/97.
Por isso, o comprador deve avaliar se está disposto a enfrentar eventual litígio judicial e, preferencialmente, contar com apoio jurídico especializado para defesa dos seus direitos.
5. Assessoria Jurídica Especializada
Por fim, a participação em leilões exige conhecimento técnico e análise criteriosa.
Contar com um advogado especializado em Direito Imobiliário é essencial para mitigar riscos, interpretar corretamente os documentos, e orientar sobre a melhor estratégia jurídica em caso de litígio ou ocupação indevida.
Conclusão
Adquirir um imóvel em leilão pode ser vantajoso, mas também envolve riscos que precisam ser bem compreendidos.
Com as cautelas certas e o apoio jurídico adequado, é possível transformar uma oportunidade em um excelente negócio, mesmo diante de cenários complexos como ocupações e litígios.