
A Polícia Civil de Alagoas investiga a possibilidade de que mais pessoas estejam envolvidas na morte da adolescente Ana Beatriz de Moura, de 15 anos, encontrada no último sábado (3) dentro de uma fossa, em uma área de difícil acesso entre os bairros de Guaxuma e Garça Torta, no Litoral Norte de Maceió. O corpo da jovem apresentava marcas de disparos de arma de fogo, segundo a perícia.
Durante coletiva de imprensa, a delegada Thalita Aquino, que coordena as investigações, informou que a principal linha de apuração é de que Ana Beatriz teria dito ao suspeito — com quem mantinha um relacionamento amoroso — que estava grávida dele. A informação, no entanto, foi descartada após exames do Instituto de Medicina Legal, que não encontraram sinais de gestação.
O suspeito, que é casado e já está preso, teria se desesperado com a suposta gravidez, o que pode ter motivado o crime. De acordo com colegas da jovem no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), ela dizia estar grávida, feliz com a gestação e chegou a comentar que já sabia o sexo do bebê.
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Apesar da prisão do homem apontado como autor do crime, a Polícia Civil afirmou que não descarta a participação de outras pessoas na execução ou na ocultação do cadáver.
O corpo foi encontrado nu e em avançado estado de decomposição, mas o ambiente úmido da fossa contribuiu para a conservação dos tecidos — um processo conhecido como saponificação, segundo a perita-geral Rosana Coutinho.
A identificação por impressões digitais foi inviável, e agora a polícia tentará confirmar a identidade por meio da arcada dentária ou, se necessário, por exame de DNA.
A família da adolescente aguarda a liberação do corpo para realizar o sepultamento em Porto Calvo, município onde Ana Beatriz nasceu. A polícia já solicitou a conversão da prisão temporária do suspeito em prisão preventiva.