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Renato Gaúcho reclama da Imprensa e cobra Respeito.

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Renato Gaúcho e o vespeiro do respeito no futebol


			
				Renato Gaúcho e o vespeiro do respeito no futebol
Renato Gaúcho reclama da Imprensa e cobra Respeito.. (Foto: Carl Recine/Getty Images)

Renato Gaúcho é um personagem que transcende o campo. Como jogador, foi um contestador nato, um protagonista de títulos brasileiros, da Libertadores e do Mundial. Como treinador, revolucionou o futebol gaúcho, historicamente conhecido mais pela força do que pela técnica. Ainda assim, justiça seja feita: antes dele, Roger Machado já havia começado a subverter essa lógica. Renato herdou esse trabalho e, em 2016, comandou um Grêmio campeão da Libertadores que unia intensidade física com a classe de Luan, então o craque das Américas. No Flamengo, conquistou ainda um título brasileiro, consolidando seu nome na galeria dos grandes técnicos.

Mas é fora de campo que Renato revela um lado ainda mais polêmico: suas palavras. Sempre provocativo, ele pisa em terreno escorregadio ao ser genérico ou dúbio. Quem não lembra da célebre frase sobre preferir a praia ao estudo? O tom jocoso rendeu reações acaloradas, seguidas pela já costumeira justificativa: “Fui mal interpretado”.

Recentemente, porém, Renato foi além. Em duas semanas, suas declarações inflamaram o ambiente do futebol. Em uma delas, insinuou que jornalistas poderiam ser perseguidos ou agredidos. Aqui, erra ao generalizar e não esclarecer, como exige sua posição. Não à toa, entidades jornalísticas reagiram prontamente. Mas Renato também tocou em uma ferida: o desrespeito crescente contra técnicos e jogadores, seja na imprensa formal ou nas novas arenas digitais, dominadas por youtubers e influenciadores.

Alguns desses criadores de conteúdo são sérios, mas outros reduzem o debate a provocações para gerar cliques. Tite e Luxemburgo já foram alvo de perguntas humilhantes; os mais velhos, são vítimas de etarismo e tratados como ultrapassados, enquanto os jovens, são taxados de incompetentes para liderar. E o problema não para aí. Jogadores também são humilhados e chamados de “cabeças de bagre” ou de serem um fraude, de “enganar a cigana” por sua condição técnica, avaliada com base no “opinês”, sem respaldo de números ou de estatísticas. Quando o rendimento cai, vaias no estádio, que são até aceitáveis, são a livre manifestação da frustração de uma torcida, dão lugar a hostilizações fora de campo e que invadem a vida pessoal dos profissionais, e viram insultos e intimidações em restaurantes, supermercados e nas redes sociais. Nem as famílias escapam das humilhações.

Renato, com sua língua afiada, cutucou um vespeiro. Ele acerta ao exigir respeito, mas peca ao não apontar culpados diretamente. Nomear os responsáveis, sejam jornalistas ou youtubers, seria uma contribuição mais sólida para o debate. O futebol precisa de críticas construtivas, que não desonrem sua essência nem a dignidade dos que o constroem. No fundo, o que Renato pede é o que todos precisamos: RESPEITO, em letras maiúsculas, dentro e fora de campo.

Obs.: Texto da coluna do jornal Gazeta de Alagoas - 07/12/2024

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