
O delegado Fernando Lustosa, da delegacia de Chã Preta, informou na tarde desta terça-feira (16) que aguarda o laudo cadavérico definitivo a respeito da morte do bebê Heitor da Silva Santos, de 21 dias, achado morto em casa na última sexta-feira (12), para concluir o inquérito policial.
Lustosa enfatizou a importância de uma investigação minuciosa para determinar a responsabilidade da mãe no ocorrido.
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Segundo o delegado, a mãe do bebê foi encaminhada à delegacia plantonista de Murici pela Polícia Militar e pelo Conselho Tutelar, onde foi autuada pelo crime de infanticídio. No entanto, ela foi solta em audiência de custódia no dia seguinte.
"Foi determinado para a equipe de Chã Preta que iniciasse as oitivas de parentes e vizinhos do local do fato", informou o delegado. O laudo será emitido após a realização de exames complementares no material retirado do bebê. “Esse laudo é crucial para a continuidade das investigações”, completa a autoridade policial.
"Desde o início, a Polícia Civil teve a preocupação de colher todos os elementos necessários para apurar tanto a causa da morte da criança como as circunstâncias desse fato", ressaltou Lustosa.
Quando equipes da Polícia Científica chegaram à residência onde um recém-nascido de 21 dias morreu, em Chã Preta, encontraram o bebê deitado, de costas voltadas para a cama, com pouco de sangramento no nariz e na boca.
De acordo com a perita criminal Nathalia Lins, não havia lesões externas no corpo do bebê, mas tinha presença do que ela chamou de "cogumelo de espuma e um pouco de sangue, proveniente do nariz e da boca
Os primeiros levantamentos do Instituto de Criminalística apontam que foram localizados vestígios no cenário, incluindo material biológico. Amostras de sangue encontradas no lençol do quarto onde o bebê estava foram coletadas pelos técnicos.
A perícia coletou ainda duas mamadeiras e sangue que foi encontrado no sofá da sala.
O exame cadavérico realizado no corpo da criança revelou indícios de asfixia mecânica por sufocação, conforme informou o Instituto Médico Legal Estácio de Lima (IML de Maceió).
No entanto, o perito médico legista João Paulo, responsável pelo exame, destacou que ainda não foi possível determinar se a sufocação ocorreu de forma direta ou indireta.
Ele explicou que a sufocação direta acontece quando as vias aéreas são obstruídas por algum obstáculo, e a indireta ocorre quando há compressão do tórax que impede sua expansão, como pode ocorrer em casos acidentais, por exemplo, quando um adulto dorme sobre a criança.
“É importante destacar que, durante o exame, não foram encontrados sinais de espancamento. Não houve a presença de equimoses ou fraturas, que poderiam indicar violência física”, afirmou o perito médico legista.