Colaboração: Newma Santiago
Aos 42 anos e dona da sua própria história, ela afirma que hoje não se anula mais para caber nos padrões de terceiros. E, assim como à sua personagem Lara, de Elas por Elas, também já foi traída por amigas. "Mas revidei todas as traições!", disparou.

1 - Nos fala um pouco sua a Lara que vem fazendo um grande sucesso na trama das sete?
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Lara é uma personagem divertida, com uma história muito bonita. E Elas por Elas é uma novela leve e com um elenco todo de amigos e de pessoas que eu admiro, então estou muito feliz. Quero me divertir nesse trabalho e fazer com que o público sinta o mesmo que nós, essa alegria com a história do reencontro das sete amigas
2 - Na trama, Lara é traída pela própria amiga. Assim como a personagem, a Deborah também já passou pela mesma situação?
Amor, eu já fui traída por todas as pessoas que eu me relacionei.

3 - Não é fácil se dividir em meio a tantas tarefas no dia, não?
É difícil. Faço tudo tentando dar o melhor que posso e sem culpa. Jamais! Não poderia fazer mais, sou o melhor que posso e isso eu não tenho dúvida.
4 - Mas teve alguma amiga próxima que tenha ficado com o seu namorado?
Não me lembro! Graças a Deus, ele me abençoou com uma memória péssima para essas coisas. Mas se teve não guardo mágoas. Mas, possivelmente, sim! E está tudo bem. A vida é feita de erros e vamos aprendendo com eles. Mas cada caso foi um caso. No início foi com mais dor. Hoje com mais entendimento. Eu entendo hoje o que cada pessoa dá e o que ela tem de melhor. E nem sempre o que ela tem de melhor é o que eu acho incrível. Mas é isso, a gente é o melhor que a gente pode ser. É isso, vamos evoluindo a entendo a cobrar menos das pessoas. E tudo bem, discordamos e se não faz bem é só a gente se afastar, sem tantas mágoas e sem tanta dor. Não levo mais nada para o coração.

5 - Mas consegue lidar bem com essas pessoas que a traíram? Revidou essas traições?
Sim, lido! E essa é uma realidade. E a partir dessa realidade a gente vai construindo possibilidade de ser feliz dentro disso. E, sim, revidei todas essas traições. Já falei bbbn um sobre isso e já viralizou e, agora, irá viralizar de novo. É uma loucura você fala algo e em dois minutos fala a mesma coisa e volta tudo. Ou não, realmente, o que eu penso é uma loucura.
6 - Lázaro Ramos, que dá vida ao lendário personagem Mário Fofoca, vivido por Luiz Gustavo na primeira versão da novela, disse que já foram 10 parcerias ao seu lado dividindo as cenas nos folhetins...
Eu acho que foi até mais de 10... Ele foi uma das pessoas que mais trabalhei. E agora vai ser muito divertido repetir essa parceira. Ele é um dos maiores atores que nós temos e poder estar em cena ao lado do Lázaro é um grande privilégio. Além disso, adoro flertar com esse mundo do humor. Tive grandes personagens nesse lugar, como a Darlene, de Celebridade. Estou feliz de voltar para esse lugar. Enquanto atriz busco me propor desafios novos e diferentes. Então, à vezes, vou ao drama, volto para a comédia mais leve. Acho que são muitos anos trabalhando, mas é difícil se reinventar tanto. Vir para a gravação é como vir para um parque de diversão.

7 - As pessoas elogiam à sua boa forma. Você prefere a Deborah de hoje ou a de 25 anos atrás?
Sem dúvida, a de hoje, com o colágeno da de 25 anos atrás. Mas o que eu ganhei é tão mais importante que o colágeno. A de hoje tem a liberdade de ser quem é, de não querer agradar, de não caber em caixas. Não tenho mais a necessidade da aprovação das pessoas. Isso é um ganho que não sei nem como mensurar. A cada ano, a cada dia que passa sou uma pessoa mais feliz. Eu não sei se melhor, porém, mais feliz. E como este é o meu único objetivo de vida, o de ser feliz, considero-me estar a melhorar. Hoje tenho menos questões, não digo filtro, sobre agradar. Estou bem com quem eu sou! Sou muito feliz sendo a mulher que sou. E as pessoas que me rodeiam, que me importam, que sabem quem eu sou, essas gostam de mim do jeito que sou e está tudo certo.
8 - A maturidade deu coragem de você falar coisas da sua vida íntima com o seu marido Hugo Moura...
Sem dúvida! E de ser a mulher que sou... Talvez, eu seja uma mulher mais livre que as demais ou o meu olhar para o mundo seja sem tantas amarras e sem tantas questões. Mas esta sou eu também. Durante alguns anos tentei ser diferente porque me sentia, às vezes, inadequada. Hoje penso: essa sou, a minha existência é real, não posso me mutilar para caber num lugar.

9 - Apesar da Deborah estar madura, ter as próprias opiniões, alguns discordam e surgem as críticas. Como você as recebe?
De verdade, essas críticas não chegam até a mim. Primeiro, acho que a pessoa que me critica, na verdade, critica uma fatia muito fina da Deborah que ela consome e cria, que acha que ela conhece. Talvez, eu seja completamente diferente do que ela pensa. É uma opinião num contexto que nem sempre me expressa na totalidade. São críticas sobre uma Deborah que não sou. Sou diferente dessa fatia de 15 segundos que a internet mostra. E acho que a opinião das pessoas diz muito mais sobre elas do que sobre mim. Sou bem resolvida com a mulher que sou depois de muitos anos de análise, conquistas e debate. E sou muito bem resolvida com as minhas opiniões, posições e achismos. Até entendo se as pessoas discordam sobre o meu olhar para a vida. Mas é isso. Respeito e está tudo bem. A vida é urgente e a gente não sabe quanto tempo vamos estar por aqui. Que cada um seja feliz com aquilo que faz sentindo para si. Para mim o que faz sentindo é isso.
10 - A maturidade, ser ainda mais autêntica, essa mudança na sua vida veio com o processo da análise?
Sim. E veio com marido que compra e gosta da mulher que eu sou. Que admira a mulher que eu sou, apesar de sermos bem diferentes. A gente se admira e gostamos da maneira que o outro é. E veio com a maternidade, com a necessidade de criar a minha filha num campo mais livre, onde ela possa ser quem ela é e sem tentar caber em caixas , como eu quis caber por tantos anos. Veio de muitas coisas e por que eu vou te que agradar todo mundo e me machucar para isso? Se eu penso assim, se vivo assim, a minha existência é real. Eu sou desse jeito. Vou me mutilar por isso? Sou inadequada e agora me mato? é isso, sabe... Como faz para existir desse jeito? Vou me abraçando e gostando de mim do jeito que eu sou. E me admirando. Sei de onde eu vim e onde cheguei. E de todos os leões que mato por dia. Sei a dor e a delícia de ser uma mulher como eu e vamos ser felizes como a gente é. Não gosta de mim, não me consome e está tudo bem!
