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João Calabar vai do sagrado ao profano em 'Epifania', seu primeiro EP

Show de lançamento do disco será no Teatro Deodoro, dia 19 de julho, às 19h; saiba mais sobre o cantor e compositor

João Calabar desenhou sua estreia fonográfica como se pintasse, em versos, um autorretrato. Em seus traços, a poesia do artista faz surgir cores de folguedos alagoanos, um rio, paisagens interioranas e os tons azulados do mar que banha o Litoral Norte de Alagoas. Nascido em Porto Calvo, ele foi criado entre essa cidadezinha cercada por histórias e Maragogi, capital turística daquela região. Esse trânsito e tudo o que encontrou pelo caminho deságuam em “Epifania”, primeiro EP do cantor e compositor de 25 anos, que já está disponível em todas as plataformas digitais.

Com quatro faixas autorais, Calabar materializa-se em canções que misturam sagrado e profano, falam de amor, de fé e desamor. O dobrar dos sinos, que chamam a atenção dos fiéis para o início das cerimônias religiosas, é a primeira nuance do disco, que quer revelar o talento desse artista devoto da sua arte e que diz sonhar com esse ofício desde o dia em que compreendeu-se ser humano.

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Tambores gritam / guerreiros da antropofagia passam as instruções / a influência / a analógica influência / é minha catedral”, assume João em “Epifania”, faixa-título desse primeiro e inteligente trabalho do jovem.


			
				João Calabar vai do sagrado ao profano em 'Epifania', seu primeiro EP
Karina Yamane

“Epifania, a música, surgiu no período de confinamento da pandemia, aquela coisa horrorosa. Naquele momento, comecei a resgatar coisas da minha infância em Porto Calvo. Pensando nas coisas de lá, com saudade da família, medo de perder algum familiar. Veio tudo”, diz João.

O artista estava em São Paulo quando a pandemia começou. Por lá, graduou-se em Publicidade, Propaganda e Marketing pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desbravando aquela selva de pedras, olhou com muito mais cuidado para as bandas de cá.

“Em Epifania eu falo sobre chegança, pastoril, reisado. São coisas que me influenciaram na minha arte, sobretudo quando saí de Alagoas. Em São Paulo, comecei a perceber Alagoas com mais sensibilidade, percebendo coisas que, quando eu estava aqui, não conseguia enxergar, acho que por questões de maturidade. Falo do rio Tapamundé, de Porto Calvo, onde eu brincava. Falo da missa, da procissão. Essa música foi criada como o pensamento em algo divino. Assim que fiz, sabia que seria o nome desse primeiro projeto e que fazia sentido. É meu primeiro trabalho autoral e traz essa ideia da minha revelação como artista”, explica João Calabar.

A faixa seguinte exibe, nesse autorretrato, um artista sem medo da própria vulnerabilidade. “Urubus” foi a primeira canção composta por João, que experimentava afeto e desafeto quando resolveu escrever: “Acordar sem ter o sol / dando a cara pra enfrentar / um dia frio, um amor vadio / haja asa”, canta Calabar.

“Eu estava vindo de Porto Calvo para Maragogi, era uma manhã de inverno, fazia frio. No caminho, entre essas colinas que tem na estrada, tinha um urubu com as asas abertas, em um local onde tinha uns raios fininhos de sol batendo na montanha. Ele estava ali aproveitando para se aquecer”, conta o artista sobre a inspiração para a música.

Na sequência, “Agouro” escancara outras faces do artista, que evoca uma proteção contra o mal através da música. Mas do seu jeito. “Que o golpe fatal lhe seja sutil / como beija o sereno a tez de uma flor / que o golpe final lhe deixe molhada / do sangue amargo do teu desamor”, entoa João.


			
				João Calabar vai do sagrado ao profano em 'Epifania', seu primeiro EP
Karina Yamane

Para finalizar esse primeiro vislumbre de João Calabar, o artista de Porto Calvo/Maragogi prepara uma bela refeição com todas essas referências sobre as quais discorre nas outras três canções. Degusta e digere esse prato. Somente para colocar tudo para fora outra vez. Em “Matriz”, João também diz que, diferente do que dizem sobre Domingos Fernandes Calabar — de quem o artista pegou o sobrenome emprestado — quer o Brasil para os brasileiros e bebe do que o país tem de melhor.

“Já estava gravando o EP, quando o pessoal do estúdio sugeriu que eu ouvisse algumas coisas diferentes. Eu estava ouvindo o álbum ‘A Tábua de Esmeralda’, do Jorge Ben Jor. Tava ouvindo muito esse álbum. Então ‘Matriz’, eu costumo dizer, tem um sotaque ‘Jorgebenjorniano’. Porque foi composta em cima de referências mesmo, nas melodias, em tudo”, revela o cantor.

JOÃO

Apesar de ser seu primeiro trabalho autoral, João tem brilhado nas redes sociais e nos cobiçados shows que realiza no litoral de Alagoas. Dono de uma voz potente e peculiar, ele conta que viver da arte tem sido um sonho possível e aproveita cada etapa de uma carreira que está apenas começando.


			
				João Calabar vai do sagrado ao profano em 'Epifania', seu primeiro EP
Karina Yamane

O EP, lançado em 28 de abril, é obra hercúlea de um artista que produz a si mesmo, que pensou em tudo praticamente sozinho, da concepção à divulgação, e que apostou no universo para que o álbum realmente saísse na data estipulada — visto que ele mesmo cuidou da distribuição nas plataformas.

“Epifania” começou a nascer há um ano, mais tempo do que uma gestação. Esse tempo, revela João, o ajudou a lidar com a insegurança, que é apenas uma no rol de aprendizados que o EP tem entregado.

Nesse tempo, o artista que fez a capa do EP, o designer Caio Paiva, faleceu. E tudo no projeto mudou, conta Calabar.

“Esse menino era uma jóia. Trabalhava com grandes nomes da nova MPB, com o Tim Bernardes, o Zé Ibarra, do Bala Desejo. Eu fui em cima dele porque era uma referência. A gente nem encerrou o trabalho, porque a gente ia lançar três singles do projeto e, por fim, o trabalho completo”, conta.

“Eu fiquei muito abalado, de verdade. Falei com ele na segunda e, na quarta, ele faleceu. Sabe, eu tô aprendendo tudo, do nada. Não estou tendo uma orientação para que eu possa fazer as coisas. se der certo, mérito meu. Se der errado, problema meu também. Mas uma das lições que eu tirei, no processo de Epifania, é que as coisas não podem demorar para acontecer”, continua João.

“A minha insegurança fez eu empurrar esse trabalho cada vez mais pra frente. Isso fez com que o trabalho pudesse colecionar feridas e cicatrizes que não cabiam à Epifania. Pelo medo, receio, insegurança em fazer, uma coleção de coisas negativas aconteceram. Fica essa lição, não deixe que as coisas tarde demais para acontecer. Faça agora”, afirma.

Com o desenho pronto, com suas cores, traços e contornos, João Calabar diz que “Epifania” o está “traduzindo bonitinho”. E que, agora, quer saber o que o público percebe no seu som.

“Eu recebo muitas mensagens sobre a minha performance como intérprete. Mas agora eu quero saber como as pessoas receberam esse EP que tem tanto de mim mesmo, que saiu dessa minha cabeça, que viaja tanto. Eu sei o que eu quis dizer, mas agora eu quero saber o que essa minha poesia tem feito para o outro, para quem ouve. Venham me contar”, finaliza o artista.

SHOW DE LANÇAMENTO

João Calabar celebra o “parto” de “Epifania” com um show homônimo no Teatro Deodoro, no dia 19 de julho, às 19h. A apresentação integra a programação do Teatro Deodoro é o Maior Barato, projeto da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) que visa fomentar a formação de plateia para as produções alagoanas.

Os ingressos podem ser adquiridos AQUI, por R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

Para acompanhar o artista, basta segui-lo nas redes sociais: @joaocalabar.

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