Em mais um desdobramento das polêmicas que envolveram os concursos públicos para a segurança realizados pelo governo de Alagoas no último ano, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) reivindica que o Estado ajuste o edital da PC-AL para que as 500 vagas disponíveis sejam preenchidas. De acordo com o Sindipol, uma cláusula de barreira usada de forma “totalmente desproporcional e abusiva” faz com que apenas 447 candidatos estejam aptos para as próximas etapas do certame.
Para o sindicato, o problema se deve à má elaboração do concurso. A diretoria informou que solicitou que o governo do Estado reveja, com urgência, o texto do edital, garantindo que as vagas disponíveis, no mínimo, sejam preenchidas.
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O presidente em exercício do Sindpol, Jânio Barbosa, diz que já encaminhou requerimento com um apelo ao governo.
MAIS DE 10 ANOS SEM CONCURSO
O Sindipol também denuncia a quantidade insuficiente de vagas, diante da carência no quadro funcional da Polícia Civil de Alagoas. Segundo Jânio Barbosa, desde 2012 não era realizado um concurso público para a PC-AL. No ano passado, quando o sindicato pleiteou que o concurso tivesse 1.500 vagas, o governo do Estado abriu um certame prevendo a contratação de apenas 500 para agentes e escrivães de polícia. O sindicato denuncia, no entanto, que mais de 600 agentes já estão aptos para a aposentadoria e a carência gira em torno de 2.500 profissionais.
Com o possível erro no edital, de acordo com o Sindipol, as 500 vagas, que já eram insuficientes, não poderão ser preenchidas.
Atualmente, o concurso está na segunda fase, o Teste de Aptidão Física (TAF). Ainda existem outras fases eliminatórias (avaliação médica, psicotécnico, investigação social e prova prática de digitação), que possivelmente eliminarão mais candidatos, ocasionando ainda mais déficit para o preenchimento das vagas previstas no edital.
O dirigente sindical também ressalta que o Estado gastou o equivalente a R$ 2.079.572,57. Ao todo, inscreveram-se 43.073 candidatos. Das 106 vagas em ampla concorrência para o cargo de escrivães, estão aptos para prosseguir no concurso (aprovados no TAF) a quantidade de 92. Desse modo, das 500 vagas para ambos os cargos, 53 vagas já não foram preenchidas na primeira etapa eliminatória do concurso após provas, restando apenas 447 aptos para seguirem nas etapas seguintes.
O Sindpol pede que o governo reveja a situação enquanto as fases do concurso estão em andamento. O dirigente sindical também diz que já fez as solicitações diretamente ao Secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva.