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Quem é o alagoano que vai levar União dos Palmares ao Museu do Louvre, em Paris

Cotidiano e questões interioranas inspiram Jhonyson Nobre, de 23 anos, que usa técnica híbrida que une tinta óleo e pintura digital

Ele pinta desde criança, mas acabou desenvolvendo uma alergia aos materiais usados em tinta a óleo e inseriu a pintura digital em seu trabalho. Foi justamente a técnica híbrida que fez o Museu do Louvre, em Paris, na França, selecionar o alagoano Jhonyson Nobre, de 23 anos, para uma de suas exposições. Em abril, ele estreia no Carrousel du Louvre, uma área subterrânea do museu mais prestigiado no mundo.

O estudante de Direito, nascido e criado em União dos Palmares, mistura tinta com pixels e diz que é o cotidiano interiorano que lhe inspira. Ele cria o retrato digitalmente, e com a obra impressa, acrescenta elementos à mão. Por trás das cores e traços, ele pinta reflexões sobre problemáticas sociais, segundo ele, que também diz que foi durante a pandemia que o trabalho ganhou mais ritmo e ficou mais consistente.

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“Ainda não caiu a ficha! Estou muito ansioso e animado. Uma oportunidade única para divulgar e expor meu trabalho. Parece coisa de sonho, mas ainda bem que é realidade”, comemora.

As obras selecionadas pelo museu francês fazem parte de uma série chamada “Linhas, marcas e outras vivências”, que tem como objetivo evidenciar as marcas que cada indivíduo carrega consigo.


			
				Quem é o alagoano que vai levar União dos Palmares ao Museu do Louvre, em Paris
Artista de União dos Palmares diz que questões sociais estão presentes em suas obras. Cortesia

“São “linhas ‘da pele’, aquelas que nos marcam e tatuam nossas diferenças. E também linhas ‘na pele, pois carrega memória e história. E meu objetivo é esse: deixar evidente o que apagaram. Mostrar o impacto da pluralidade, da diversidade, do múltiplo”, explica Jhonyson.

As obras “Vendedor de dimensões” e “Eu vejo a dimensão” já estão em território parisiense e serão vistas por cerca de 40 mil pessoas durante os três dias de exposição do Salão Internacional de Arte Contemporânea do Carrousel du Louvre.

O palmarino conta que é na história, nos traços das pessoas e na rotina de União dos Palmares que encontra inspiração para produzir, além, claro, do que ocorre no mundo e as transformações sociais. Ele também aponta artistas que lhe inspiram: Van Gogh, Henri Matisse, Egon Schiele, Frida Kahlo, Abdias do Nascimento, Carolina Maria de Jesus, Kerry James Marshall, Zéh Palito, Kika Carvalho e Ariano Suassuna.

De Paris, Jhonyson espera trazer impulsos para mudanças na sua cidade, que, segundo o artista, sofre com a ausência de valorização da riqueza artística, histórica e cultural.


			
				Quem é o alagoano que vai levar União dos Palmares ao Museu do Louvre, em Paris
Artista se considera emergente e afirma que falta apoio para continuar. Cortesia

“União dos Palmares tem uma grande influência no meu trabalho, pois eu nasci e me criei aqui. Espero que, de alguma forma, consiga contribuir para a movimentação da arte em União dos Palmares e uma (re)construção das memórias apagadas e que vão se perdendo da cidade”, diz ele.

Com trabalhos profissionais desde 2019, o jovem se considera um artista emergente e afirma que, mesmo com todos os impasses para conseguir consolidar seu trabalho no mercado da arte, a trajetória tem sido “bonita”. Jhonyson Nobre diz que o maior desafio é manter os custos da produção artística. Além disso, ele diz que objetiva seguir aprimorando seus traços.

“Sei que essas coisas precisam de tempo e eu sigo na paciência de alcançar esses objetivos e diversos ultrapassar os obstáculos que vão surgindo ao longo do caminho. O que eu posso dizer é: consumam artistas que estão no início da carreira, artistas independentes, porque todo mundo começou de um lugar”, diz.

COTIDIANO VIRA ARTE

Em suas obras, o artista levanta questões raciais, como a valorização da ancestralidade, e a necessidade de um pensamento descolonizador. Ele diz que também traz para as obras o que vai descobrindo em sua graduação em Direito.


			
				Quem é o alagoano que vai levar União dos Palmares ao Museu do Louvre, em Paris
"Sempre tive inquietações sociais", diz artistas de União dos Palmares. Cortesia

“Sempre tive inquietações sobre o viver social. Entrei no mundo da pesquisa acadêmica por conta disso. Acredito que isso influencia muito meu trabalho e a construção dele. Vou usando retratos de um cotidiano comum, mas que carregam diversas problemáticas silenciadas, que precisam ser colocadas à vista: como a violência contra crianças - em recorte, crianças negras. Como também, silenciamentos coloniais e todas os entraves que isso traz para os dias atuais”, relata o artista.

EXPONDO EM SUA TERRA

Antes de expor no Louvre e fazer ecoar para além das fronteiras brasileiras a mensagem que tenta trazer com seus trabalhos, o artista irá realizar a exposição beneficente “Azul é a memória”, em União dos Palmares, no Instituto Igoarias. A exposição estará aberta para todo o público neste sábado (19), a partir das 19h. Segundo ele, antes que alcance o mundo, sua arte quer tocar quem está aqui, em Alagoas.

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