O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) marcou para o próximo dia 24 de março o julgamento do acusado pela chacina de Guaxuma, ocorrida em 8 de novembro de 2015. Daniel Galdino Dias é acusado de matar quatro pessoas, sendo um casal e dois filhos pequenos. Um terceiro filho das vítimas, de apenas cinco anos na época, sobreviveu e reconheceu o homem.
Foram assassinados Evaldo da Silva Santos (22 anos), Jenilza de Oliveira Paz (27 anos), Adrian Guilherme de Oliveira Santos (2 anos) e Estérfany Eduarda de Oliveira Santos (9 anos). O réu será julgado no 3° Tribunal do Júri, às 8h, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
O Ministério Público indica que a denúncia está baseada em provas idôneas e homogêneas, com indicação de elementos suficientes de autoria do réu Daniel Galdino Dias, como os três reconhecimentos por parte da vítima sobrevivente e as “mentiras contadas pelo réu."
De acordo com a polícia, a motivação da chacina seria roubo de dinheiro para a compra de uma embarcação. O indiciado já respondia por roubos cometidos em Paripueira e em Maceió.
No processo, a defesa do réu já havia pedido a absolvição sumária, por entender estar provado não ter sido ele o autor ou partícipe da chacina. A defesa pediu também que, caso não fosse acolhido o pedido de absolvição, ele não fosse pronunciado, por entender que o reconhecimento feito pela vítima sobrevivente deveria ser visto com cautela
Para o julgamento, o Ministério Público chamou cinco testemunhas, além da vítima sobrevivente. Já a defesa do acusado chamou também cinco testemunhas e quatro declarantes.
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O CASO
Narram os autos do processo que, no dia 8 de novembro de 2015, Daniel Galdino Everaldo saiu do Sítio do Senhor Péo, localizado na Avenida Luiz França Albuquerque, no bairro Guaxuma, em Maceió, na companhia de Evaldo, para fazer um trabalho. Durante o trajeto, Daniel, sem motivo aparente, surpreendeu a vítima com golpes de facão, e, quando a vítima caiu, Daniel desferiu vários outros golpes nas costas, amputou a mão esquerda de Evaldo e a jogou na vegetação, próximo ao corpo.
Em seguida, Daniel teria retornado à residência das vítimas e arrancou a vítima Jenilza do imóvel, vindo a amarrá-la com uma corda elástica, em uma das bases de concreto de um galpão em construção, momento em que também começou a agredi-la com vários golpes de facão e a matou.
Diz os autos que, naquela ocasião, as crianças Guilherme, Maria e Anderson, filhos do casal, que estavam acompanhando tudo, após ouvirem os clamores da mãe, fugiram do local se esconderam no matagal. Todavia o choro do pequeno Guilherme, de apenas dois anos, denunciou o paradeiro dos menores, que foram covardemente atacados por Daniel, com o objetivo de não deixar testemunhas.
A denúncia aponta que Daniel, com o intuito de assegurar a impunidade dos crimes, desferiu vários golpes de facão nas crianças, ocasionando a morte de Eduarda e Guilherme. “Por um milagre, o menor resistiu aos ferimentos e conseguiu sobreviver à chacina, após ter sido encontrado e socorrido por um policial”, diz a denúncia.