Até quinta-feira (20), Maceió aplicou 1.338 doses da vacina pediátrica contra a Covid-19, o que representa apenas 1,26% de cerca de 106 mil crianças de cinco a 11 anos que residem na capital. A baixa procura preocupa especialistas e vai na contramão do que pregam entidades que veem na imunização em massa a melhor forma de controlar a pandemia.
Em Alagoas, 7,8 mil crianças com até 10 anos foram diagnosticadas com Covid-19 e trinta delas não resistiram à infecção pelo novo coronavírus, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
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“É fundamental vacinarmos nossas crianças, uma vez que, diante de uma nova variante com maior transmissibilidade, e estando as crianças ainda não vacinadas, elas passam a fazer parte do grupo com maior risco de infecção. A vacina irá protegê-las de agravamento e aos adultos de sua convivência”, afirma Fernanda Rodrigues, diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em relação ao público de 10 e 11 anos, o quantitativo de crianças vacinadas representa 4,20% do público estimado de 31.806 crianças de 10 e 11 anos, público atual da vacina pediátrica, acrescentou a SMS. .
Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (21), a inclusão da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou um manifesto em que defendia a vacina contra Covid-19 para crianças. No documento, a entidade reafirma sua posição incondicional em defesa da saúde e da vida das crianças e adolescentes, além de apoiar uma implementação urgente de mecanismos que reduzem o risco de agravamento da doença, hospitalizações e mortes do público infantojuvenil.
Dados apresentados pela entidade ainda mostraram que a Covid-19 vitimou mais de 2.500 crianças e adolescentes de zero a 19 anos, sendo mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5-11 anos, causando ainda milhares de hospitalizações, podendo ocasionar a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, um quadro grave de tratamento hospitalar que se manifesta semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2.