O empresário Antônio Carlos de Almeida Braga, de 94 anos, morreu nesta terça-feira (12) em Portugal. Conhecido como Braguinha, ele foi um dos principais incentivadores do esporte no Brasil. Também fez história no setor financeiro.
Segundo a família, o empresário estava com a saúde frágil e foi para Sintra, em Portugal, no ano passado, depois do início da pandemia. Ele passou mal na manhã desta terça e foi internado em um hospital, onde morreu. O velório e o enterro serão em Portugal.
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O investidor foi dono de uma das maiores seguradoras do Brasil, Atlântica Boavista, que depois foi transformada em Bradesco Seguros.
Além da vida empresarial, ele foi um dos maiores apoiadores da história do esporte brasileiro. Na F1, patrocinou Emerson Fittipaldi e foi amigo de Ayrton Senna.
Também teve papel de destaque no início da carreira do tenista Gustavo Kuerten, o Guga, e viabilizou o time de vôlei Atlântica Boavista, que marcou época no Rio de Janeiro com astros da seleção masculina nos anos 1980.
O Fluminense também foi uma paixão de Braga, que foi um benemérito do clube carioca, fanático pela Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.
Antônio Carlos de Almeida Braga foi casado com Sylvia Maria da Glória de Mello Franco Nabuco, mais conhecida como Vivi Nabuco, com quem teve quatro filhos: Maria do Carmo, conhecida como Kati, Luis Antônio, Sylvia e Lúcia. Em 1968, casou-se com Luíza Eugênia Konder, com quem teve duas filhas, Maria e Joana.
Braga se tornou amigo de Pelé ainda nos anos 60, ajudando-o também na parte financeira: o rei do futebol diz que ele o ensinou muito sobre negócios.
O empresário também foi patrocinador de Emerson Fittipaldi desde sua estreia na Fórmula 1, nos anos 70, quando não era comum seguradoras investirem no esporte. "Braguinha é um patrimônio do esporte nacional. O que ele fez pelo esporte brasileiro desde antes mesmo de começar a Fórmula 1... O apoio, a paixão, o patrocínio, a motivação, o que ele fez pelo esporte brasileiro é fantástico. Me ajudou, como ajudou outros atletas, muitos clubes e confederações", disse Fittipaldi ao Sportv em 2014.
Nos anos 80, introduziu o patrocínio corporativo no Brasil com o time de vôlei Atlântica Boavista, no Rio, que contava com estrelas do esporte como Bernard, Bernardinho, Renan e Xandó.
Dividindo seu tempo entre o Rio de Janeiro e estadas no exterior, sobretudo em Portugal, Braga também ajudou Gustavo Kuerten, o Guga, desde quando ele ainda era um tenista juvenil.
Em 2000, após vencer pela segunda vez o torneio de Roland Garros, Guga abriu espaço entre a multidão para abraçar o empresário. "Para mim, a emoção que remete é o abraço de vitória consolidada com o Braguinha. Ele nos acompanhou desde 1992, sabia do acontecimento. Ali é a consagração", disse Guga ao Globoesporte, ao relembrar o momento.
Fluminense decreta luto
O Fluminense divulgou uma nota de pesar sobre a morte de Braga e decretou luto oficial de três dias no clube: "O Fluminense Football Club lamenta o falecimento de seu sócio benemérito Antônio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, que ao longo de sua vida prestou inúmeros serviços ao clube e ao esporte brasileiro", diz a nota. O clube anunciou ainda fará um minuto de silêncio em homenagem ao empresário no jogo contra o Sport, no próximo sábado, no Nilton Santos.
O clube decretou luto oficial de três dias, mesmo período em que ficará com a bandeira a meio mastro, em Laranjeiras. Além disso, fará um minuto de silêncio em homenagem ao empresário no jogo contra o Sport, sábado, no Nilton Santos.
— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) January 12, 2021
Emerson Fittipaldi lamentou a morte do amigo. "Hoje o esporte brasileiro está de luto. Perdemos o querido Braguinha, meu querido amigo. Braguinha, você foi o maior incentivador do esporte brasileiro, da história do esporte brasileiro. Obrigada em nome de todos os atletas", disse Fittipaldi.
O técnico Bernardinho chamou Braga de ídolo. "Nós do voleibol não seríamos quem somos hoje se não fosse pelo apoio de Braguinha. Eu posso dizer que perdi um amigo. Uma pessoa com a qual eu tive a oportunidade e a honra e honra de conviver. Aquele sorriso permanente, a forma de ajudar, de querer sempre bem aos outros. Realmente o Braguinha foi muito especial. Sempre me perguntam: mas quem foi o seu ídolo? Nunca me deixa de vir à cabeça a figura do Braguinha, com quem eu muito aprendi. Que ele vá em paz e que lá de cima continue a torcer por todos nós."