Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > CULTURA

Teatro Deodoro completa 111 anos e recebe homenagens de artistas

Ao chegar à Praça Deodoro, o prédio se destaca e encanta a cada olhar pela riqueza de detalhes

No início do século XX, mais precisamente em 15 de novembro de 1910, Maceió avançava significativamente em sua arte e cultura ao receber o teatro que se tornaria um dos mais importantes do Brasil: o Deodoro. No Centro, coração da capital alagoana, o prédio, em plena atividade, chama a atenção por sua beleza, imponência, grandiosidade e representatividade artística, cultural, histórica e arquitetônica.

“Uma casa repleta de emoções, tem muita magia e encanto. Não é só a questão arquitetônica, no palco italiano, mas de tudo que essa casa descerra de emoções nessas paredes e de história”, observa a bailarina, mestra em balé, Eliana Cavalcanti.

Leia também

Ao chegar à Praça Deodoro, o prédio se destaca e encanta a cada olhar pela riqueza de detalhes. Do lado de fora, vem a admiração pela arquitetura; na parte superior do edifício, existem atributos das artes, pequenos templos, estátuas representando a história, a filosofia, a deusa, a música. No topo, a imagem de Apollo, uma das principais divindades da mitologia greco-romana. A fachada, que praticamente carrega um palco com seus apetrechos, é um espetáculo.

“Essa é a casa dos sonhos, onde tudo é possível, no processo imaginário e criativo, um compartilhamento, o ser humano não pode viver sem a arte, é impossível. Ele as criou, alimenta a arte e é alimentado por ela. Essa casa significa tudo pra mim profissionalmente”, revelou o ator Chico de Assis, sobre o Deodoro.

Dentro da sala de apresentações, as pinturas no teto, o luxo do lustre, o vermelho da cortina, os detalhes das frisas são de encher os olhos. No salão nobre, a decoração, feita por Oreste Sercelli, e os móveis antigos atraem os visitantes. No foyer, várias placas eternizam grandes nomes recebidos e momentos vividos aqui. O café, que homenageia Linda Mascarenhas, maior referência do teatro alagoano, é mais um ponto de encontro repleto de charme e magia.

“Esse palco do teatro Deodoro é a minha casa, minha vida, meu andar, tudo tem uma parte desse teatro. Aqui, eu tenho pessoas amigas, aqui mora o meu coração”, declarou o músico, patrimônio vivo de Alagoas, Chau do Pife.

O lugar guarda muitos e importantes capítulos da história, não só da arte e da cultura, como também da sociedade alagoana. O Teatro Deodoro, palco administrado pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), possui, ainda, dois anexos: o Teatro de Arena Sérgio Cardoso e o Complexo Cultural Teatro Deodoro.

“Essa casa tem uma possibilidade, ela abrigou não apenas espetáculos de teatro, de dança... tem uma história voltada também para a construção da cidadania”, afirmou o ator e professor, Otávio Cabral.

O nome Deodoro tem origem no nome grego Theódoros, formado pela junção das palavras théos, que significa “Deus” e dôron, que quer dizer “dom" ou "dádiva”. Ou seja, dávida de Deus. E é isso que esse espaço representa. Muito mais do que um cartão postal. Entre os artistas, este teatro é um lugar sagrado, um templo, um senhor, uma divindade. Para o público, emoção, alegria, reflexão, aprendizado. Para o Estado de Alagoas, um patrimônio cultural, devidamente reconhecido. A casa, que é referência entre os teatros históricos do Brasil e do mundo, chega a mais um marco: 111 anos de existência.

O Teatro Deodoro foi construído após o clamor da sociedade para materializar o sonho do progresso artístico vivido pela população e os governantes de Alagoas. No dia 11 de junho de 1905, era lançada sua pedra fundamental, à época no Largo da Cotinguiba, também conhecido como Largo das Princesas, hoje, a Praça Deodoro, no Centro de Maceió.

A obra, projetada pelo arquiteto Luigi Lucarini e tocada pelo mestre de obras Antônio Barreiros Filho, foi concluída em 15 de novembro de 1910, marcando os festejos de 21 anos da proclamação da República. A peça escolhida para essa data foi “O dote”, de Arthur Azevedo e, em seguida, o monólogo “Um beijo”, do alagoano J. Brito, encenado pela atriz de renome nacional Lucila Peres.

Em 1914, o Deodoro sofreu com a chegada do cinema, bem como outros teatros do país, sendo arrendado a uma firma comercial e transformado em cinema. Diante da reação dos alagoanos, não demorou a voltar à sua finalidade inicial.

A primeira reforma aconteceu em 1933, ficando fechado até meados de 1934. A ópera “A Toscana”, pela Companhia Lírica Italiana, marcou o reinício das atividades. Entre os anos de 1937 e 1939, foi transformado em depósito. Reincorporado ao patrimônio do Estado, em 1940, voltou às suas verdadeiras funções. Em 2008, foi reconhecido patrimônio cultural de Alagoas.

Em mais de um século, o Deodoro recebeu atores, diretores, companhias teatrais e grandes nomes da música popular e erudita. Entre eles, Itália Fausta, Cia. Lírica Italiana, Bidu Sayão, Procópio Ferreira, Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, Companhia Eva Tudor, Rodolfo Mayer, Bibi Ferreira, Paschoal Carlos Magno, Fernanda Montenegro, Amir Haddad, Christiane Torloni, Clarice Niskier, Rosana Stavis, Marcos Damaceno, além de Caetano Veloso, Gal Costa, Egberto Gismonti, Arthur Moreira Lima, Djavan, Duofel, entre outros.

Entre os artistas locais, o palco já recebeu nomes do teatro, como Linda Mascarenhas, Pedro Onofre, Ronaldo de Andrade, Homero Cavalcante, José Márcio Passos, Otávio Cabral, Ivana Isa, Waneska Pimentel e Diva Gonçalves; grupos como a ATA, Cena Livre, Cia Nega Fulô e Joana Gajuru; companhias de balé, a exemplo da Maria Emília Clark, Eliana Cavalcanti, Emília Vasconcelos; artistas da música como Leureny Barbosa, Wilma Miranda, Wilma Araújo, Zailton Sarmento, Ibys Maceioh, além de grupos como Clube do Jazz de Maceió, Camerata Ero Dictus, Coretfal, Corufal, Orquestras Sinfônica e Filarmônica de Alagoas.

O principal projeto da casa e um dos mais tradicionais de Alagoas, o Teatro Deodoro é o Maior Barato, abre edital anualmente para selecionar espetáculos de artes cênicas (teatro, dança e circo) e de música (popular e erudita), como forma de incentivar e valorizar a produção artística-cultural alagoana, democratizando o palco oficial do estado. Em sua 21ª edição, o projeto terá 15 apresentações, que seriam em 2020, mas foram adiadas para 2022, por causa da pandemia da Covid-19. Neste mesmo ano, deve ocorrer também a 22ª edição.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas