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Receita da Felicidade

Felicidade é só questão de ser, canta Marcelo Jeneci no verso da sua canção no qual também diz que felicidade é rir sem perceber. Mas quem consegue defini-la?

Clóvis de Barros Filho, diz que ser e felicidade não combinam, pois “felicidade não é coisa de ser, é coisa de viver, é coisa de existir, de estar no mundo”... A filosofia antiga inclusive propõe uma fórmula objetiva, que inclusive atualmente é motivo de piadas, que é: Felicidade = realidade – expectativas. Pronto, seria a tão sonhada fórmula, mas obviamente não o é.

Os filósofos modernos são críticos em relação ao estado pleno de felicidade. Segundo Mário Sérgio Cortella, quem pensa que é feliz o tempo todo, não é feliz, é tonto. Pois se para ser feliz deve-se se ter uma consciência crítica, o próprio estado de sê-lo por todo tempo, já distorce a realidade. Para o filósofo Luis Pondé pessoas perfeitas devem ser profundamente infelizes, pois se encaixam em modelos perfeitos de felicidade previamente estabelecidos e não são autênticos em seus desejos e sentimentos. Não há como experimentar felicidade fora da autenticidade. Quem não exercita a autenticidade, se replica em modelos pré-determinados e segue, sem a crítica real e concreta se é um desejo seu ou apenas da forma na qual se enquadrou.

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Quem me conhece sabe que jamais escreveria sob a ótica piegas (segundo Pondé, brega) de discutir receitas ou fórmulas de felicidade, até mesmo porque sabemos que é inócuo. Mas conversar um pouco sobre esse estado que todos queremos ser, queremos ter e queremos encontrar, achei que seria um desafio interessante.

No dicionário, seu significado é: qualidade ou estado de feliz; estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar. Confesso que o “plenamente satisfeita” me causa uma sensação de um distanciamento homérico, quase inacessível em sua plenitude. Sem dúvida felicidade é algo que todo mundo procura, até mesmo quem já é feliz (mas talvez não saiba, como se diz por aí: eu era feliz e não sabia). Mas Cortella rebate dizendo: se não sabia, não era feliz, pois a consciência é o ponto fundamental da felicidade.

Agora discutindo sob um ponto de vista mais analítico, comecemos por aqui, a discutir a consciência desse tal estado de felicidade. A felicidade básica, podemos definir como algo que se tem ao alcançar um desejo. Quero algo, busco e consigo, assim, fico feliz. Com a mesma facilidade que vem, se vai, posto que é efêmera. Podemos caracterizá-la como o modelo mais simples e popular de felicidade. Em uma posição mais filosófica, trazemos o conceito de Aristóteles, no qual define felicidade como a finalidade das ações humanas, é o que se alcança quando você reúne uma série de virtudes que resistem a vícios, quase um modo de viver.

Encaixar-se em modelos perfeitos de felicidade, sem dúvida é bem mais simples, mas na realidade, se podemos dizer algo sobre essa tão conhecida, e ao mesmo tempo tão misteriosa felicidade, seria dizer que covardia e felicidade não convergem. A atitude mais necessária para se alcançar o estado de felicidade é a coragem.

Podemos entender também que a felicidade plena não é algo achado como o tal pote de ouro no final do arco-íris ou algo alcançado com a linha de chegada de uma maratona. Felicidade é processo, é forma de ver a vida, de atuar sobre ela, de ter ciência do seu poder sobre aquilo que deseja para você, mesmo que não seja uma grande meta ou objetivo. É simplesmente quando existe uma convergência entre o ser e o que se prega dele, é ter sentido na vida e poder enxergar e desfrutar verdadeiramente dos momentos felizes, entendendo que isso é o hoje, agora. Se colocarmos a felicidade sempre no futuro, realmente ela nunca será sequer experimentada.

Certa vez ouvi que não se deve confiar nem seguir corações emocionados e isso ficou no meu pensamento. Que beleza tem a vida sem a vulnerabilidade que ela nos traz, sem a embriaguez das emoções e sem a busca da realização dos nossos sonhos.

Mas para compensar também ouvi algo que me impactou ainda mais, e esse sim, sigo a ferro e fogo como uma ordem, pois foi dada pela minha mãe, e mesmo adulta não me arrisco em desobedecê-la. Ela me disse: Só quero uma coisa de você minha filha, que você seja feliz!

Estou obedecendo, viu Dona Germana...

Erika Marques é Reitora do Centro Universitário Uniesp, Doutoranda em Psicologia Social, Mestre em Desenvolvimento Humano e tem MBA em Gestão do Ensino Superior.

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