Os israelenses irão às urnas nesta terça-feira (9) para votar nas 21ª eleições parlamentares do país. Mais de 6,3 milhões de eleitores votarão em uma eleição que, na verdade, é vista por muitos como um referendo sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Netanyahu busca seu quarto mandato consecutivo e quinto no geral, incluindo um período em que esteve no poder nos anos 90. Caso confirme mais uma vitória, ele garante um lugar na história como o primeiro-ministro a passar mais tempo no cargo, superando o fundador de Israel, David Ben-Gurion.
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O atual premiê enfrenta forte oposição de seu ex-chefe do Estado-Maior do Exército, Benny Gantz, cujo novo partido Azul e Branco busca substituir o Likud, há muito dominante.
Corrupção x inexperiência
A campanha eleitoral de três meses se concentrou muito mais nas pessoas do que em temas. Netanyahu tentou retratar seu oponente como fraco e inexperiente. Gantz, por sua vez, tentou capitalizar uma série de investigações de corrupção contra o premiê. O procurador-geral de Israel recomendou que Netanyahu seja acusado de suborno e violação de confiança, mas ele nega qualquer irregularidade.
Moshe Feiglin, líder do partido religioso ultra-nacionalista Zehut, cumprimenta eleitores no Mercado Mahane Yehuda, em Jerusalem, na quinta-feira (4) ? Foto: Reuters/Ammar Awad Moshe Feiglin, líder do partido religioso ultra-nacionalista Zehut, cumprimenta eleitores no Mercado Mahane Yehuda, em Jerusalem, na quinta-feira (4) ? Foto: Reuters/Ammar Awad
Netanyahu espera alcançar nas eleições de 9 de abril um quinto mandato como primeiro-ministro, o que permitiria bater em meados de julho o recorde de longevidade no poder de David Ben Gurion.
Seus êxitos diplomáticos, sua imagem de garantidor da segurança de um país diante de múltiplas ameaças e o crescimento econômico, deixaram pouco espaço para seus rivais por muitos anos.
No entanto, este ano, as pesquisas preveem uma corrida acirrada contra o general Benny Gantz, ex-chefe de Estado Maior, líder de uma lista de centro-direita, que o censura por seu "vício pelos prazeres do poder".
Além disso, os eleitores sabem que Netanyahu, ganhando ou perdendo, provavelmente será acusado de corrupção.
Adversidades
Adorado ou odiado, "Bibi", como todos os israelenses o chamam, demonstrou ao longo de sua carreira política sua formidável capacidade de enfrentar situações adversas.
Ele foi o mais jovem primeiro-ministro a assumir o posto em Israel, de 1996 a 1999.
Em 2009 voltou ao posto de primeiro-ministro, após ter ocupado vários postos ministeriais nos governos de Ariel Sharon. Esta permanência no poder causa admiração, tanto entre seus partidários quanto entre os críticos.