A comissão de Igualdade Social da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) se reúne, na manhã desta terça-feira (14), com representantes de religiões de matriz africana e do movimento negro, para buscar ações em conjunto contra a intolerância religiosa. O encontro, que acontece na sede da ordem, no bairro de Jacarecica, em Maceió, foi motivado após invasão de um terreiro e destruição de peças de culto e oferendas da casa religiosa da yalorixá Veronildes Rodrigues, conhecida como mãe Vera, na madrugada dessa segunda-feira.
Uma das ações que devem ser tomadas é solicitar à OAB/AL a institucionalização de uma comissão permanente para combater a intolerância religiosa em Alagoas, segundo antecipa o presidente da comissão de Igualdade Social, Alberto Jorge, conhecido como Dr. Betinho.
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"Vamos discutir quais providências devem ser tomadas e quais ações podemos realizar em conjunto. Queremos uma apuração com mais veemência, porque a gente não pode mais tolerar esse tipo de ação, que só acontece com templos de religiões de matriz africana", reforça Betinho. Ele destaca que a violação e depredação de locais de culto religioso é crime e que a Constituição garante o direito de religião no Brasil.
Para ele, o caso se trata de intolerância religiosa, mesmo entendimento apresentado por mãe Vera, que chegou a gravar um vídeo após a ocorrência. Na ocasião, ela contou que estava dormindo com a família no momento da invasão por vândalos ao terreiro, por volta das 4h da madrugada, chovia e uma das moradoras ainda chegou a ouvir risos e logo após o barulho das peças sendo quebradas.
"Quebra o templo, mas não me quebra. Isso não vai ficar assim, não vai ficar impune porque eu vou até o fim", manifestou-se a mãe Vera no vídeo gravado após o episódio no terreiro dela, localizado no bairro Cidade Universitária. O caso deve ser investigado pelo 10º Distrito Policial, sob o comando do delegado Alcides Andrade.