A mãe e o padrasto do menino Danilo Almeida, de 7 anos, sequestrado e morto no sábado (12), devem prestar depoimento na manhã desta segunda-feira (14), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro de Chã de Bebedouro. O caso está sendo investigado pelo delegado Bruno Emílio. A família ainda não sabe o que pode ter motivado o crime.
Muito abalada, a mãe da criança, Darcinéia Almeida Campos, não quis falar com a imprensa. Já o padrasto do menino falou sobre o irmão gêmeo de Danilo. Segundo ele, a criança chegou a passar mal depois do sepultamento, ocorrido nesse domingo (13).
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"Daniel foi até a igreja olhar o irmão, ele estava muito triste. No cemitério, ele se ajoelhou perto do irmão, se despediu e pediu justiça. E é isso que vamos buscar. Dentro da van, na volta, o Daniel passou mal, fiz massagem na nuca, ele vomitou, mas já se recuperou. Agora, ele está na casa de amigos", afirmou José Roberto, padrasto da vítima.
Sepultamento
Nesse domingo, familiares e amigos deram o último adeus ao pequeno Danilo. O choro contido de Darcinéia Almeida Campos deu lugar a gritos de desespero, quando viu, pela última vez, o rosto do filho.
Desolada, a mãe lembrava o menino e gritava. "Meu filho era um inocente, não fazia mal nenhum, só queria ser feliz". A pausa na argumentação terminava com a sentença. "Acabaram com a minha vida".
Aparentemente ainda sem entender a tragédia que se abate sobre sua família, o irmão gêmeo e de mesma iniciais de D.A.C. consolava a mãe. "Não chora, mãe. Por que a senhora está chorando?". Inseparáveis, segundo a família e professores, ele olhou pela última vez para seu irmão e despediu-se.
O caso
A criança de 7 anos estava desaparecida desde a tarde de sexta-feira (11) e foi encontrada morta na madrugada de sábado (12), com perfurações na região da cabeça e do pescoço. O corpo foi localizado no bairro do Clima Bom, na parte alta de Maceió.
O menino, que era gêmeo, tinha saído de casa com o irmão para levar um talher até uma oficina próxima de casa, onde trabalha o padrasto deles. No trajeto, uma mulher, que segundo a criança sobrevivente, tinha cabelos verdes, abordou os dois e levou um dos menores.
Por volta de 00h30 deste sábado, um carro parou no caminho entre a residência da família e a oficina onde o padrasto trabalha e desovou o corpo da criança em um beco conhecido como 'Beco da Malia'.
Segundo o delegado Ronilson Medeiros, da Delegacia de Homicídios, o corpo da criança havia sido 'limpo' e não apresentava vestígios de sangue. Pelas características do crime, a polícia acredita que pode se tratar de vingança.