Pelas redes sociais, Alagoas acompanhou a recente "troca de farpas" entre o senador Renan Calheiros (MDB) e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Coincidentemente, o episódio ocorreu em meio a tratativas com vista ao restabelecimento do diálogo institucional entre o chefe do Executivo da Capital e o governador Renan Filho. Se a polêmica surge como combustível para sussurros no meio político, a intransigência certamente está gerando prejuízo ao interesse público.
É fato o reiterado pedido formal de ajuda efetuado pelo prefeito ao governador, com quem deseja traçar ações conjuntas para enfrentar a tragédia vivenciada pelos moradores do Pinheiro, do Mutange e de Bebedouro. São milhares de famílias e histórias de vida envoltas em aflições e incertezas. Pela complexidade do problema, é insuficiente a ação isolada de órgãos pertencentes a esferas distintas de poder.
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Torna-se imprescindível a ação conjunta. É preciso somar estruturas operacionais e agir politicamente no mesmo sentido, mobilizando a classe política local, as representações sociais e a nossa bancada em Brasília. É hora de envolver ainda mais o governo da União na busca de soluções para essa legião de pessoas que compadecem. Há, portanto, a expectativa da integração de uma pauta de interesse do povo, infelizmente represada por desavenças políticas.
Nem necessitaria da ocupação do presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, que se esforça na mediação para realizar o dito encontro. O governador, em nome do Estado, já deveria ter tomado a iniciativa, abraçando essa causa e sentando à mesa com quem preciso fosse - independente de tonalidade político-partidária.
É assim que rege a institucionalidade na democracia e ensina a nova política. Em nome daqueles que tanto carecem da mão solidária do Estado, não deve o verdadeiro líder escudar-se da liderança em momentos de dificuldades - até para bem cumprir a missão conferida nas urnas pela população.