Em busca de soluções para combater a violência nos estádios de futebol, órgãos oficiais e torcedores participaram nesta sexta-feira (30) do I Seminário de Torcidas Organizadas de Alagoas. O evento, que aconteceu no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, contou com a participação das torcidas organizadas Mancha Azul (do CSA) e Comando Alvirrubro (do CRB).
Com palestras e debates com personalidades diretamente ligadas ao futebol, a iniciativa teve como objetivo entender os fatores que contribuem para o problema e encontrar ações eficazes que possam ser desenvolvidas por instituições como o Governo do Estado, Tribunal de Justiça (TJ/AL) e Ministério Público (MPE/AL).
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De acordo com o vice-presidente do TJ, Celyrio Adamastor, o seminário deve dar início a um planejamento em conjunto com todos os atores envolvidos em uma partida de futebol. O magistrado disse esperar que, para que o espetáculo dentro de campo e nas arquibancadas sejam garantidos, a rivalidade fique apenas na diferença de times.
"Nas arquibancadas têm que ter apenas a festa de cada uma e dentro de campo os jogadores mostrando o bom futebol. A rivalidade não deve ser levada para as ruas em forma de violência", apontou ele, responsável por implantar o Juizado do Torcedor em Alagoas, que funcionava em dias de jogos no Rei Pelé.
No local, ele afirmou ter presenciado momentos tristes e felizes. "Felizes por ter presenciado grandes partidas de futebol, como também pela atuação do juizado, e tristes por aquela final de campeonato [Alagoano de 2016], que terminou em selvageria dentro de campo e nós ganhamos as páginas policiais do mundo inteiro".

Um dos palestrantes do evento foi o promotor Paulo Castilho, do Juizado do Torcedor de São Paulo, que falou um pouco sobre a experiência no estado paulista, em especial na ampliação da competência do Judiciário e do respaldo dado à Polícia Militar na atuação em dias de jogos.
"A gente vem tentar contribuir com a experiência que temos em São Paulo, relacionado na ampliação da competência do Judiciário que dá respaldo à atuação da PM e do Ministério Público, como, por exemplo, as medidas restritivas aplicadas às torcidas organizadas, como afastamento dos estádios, prisões, tudo o que for relacionado aos maus torcedores, para que a gente possa alcançar e contribuir para que Alagoas alcance também a paz nos estádios".
O seminário foi organizado pela direção executiva do CSA e, além dos órgãos oficiais, contou com o apoio ainda do Centro Universitário Tiradentes e patrocínio do Grupo Rafael Tenório e do Escritório Jurídico Marcos Bernardes de Mello.