Dos 15 alagoanos inscritos no Campeonato Brasileiro de Wrestling, 13 conseguiram trazer medalhas para casa. O evento aconteceu neste final de semana, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, onde também foi realizada a Copa Natal. Boa parte dos estudantes faz parte de um projeto social realizado em Marechal Deodoro.
Entre os medalhistas estão Willian Gabriel da Conceição, da Escola Maria Petronila de Gouveia, que conquistou o ouro; Erick Félix Vicente (prata), Antony Wanderley Santos (prata), Caio Miguel Santos (ouro) e Claudomir Manoel de Jesus (ouro), todos da Escola Municipal Adelina de Carvalho Melo. Já os que conquistaram o bronze foram Pierry Vitor Temoteo e Manoel Ferreira da Silva, ambos da Escola José Bispo da Silva.
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Todos eles fazem parte do projeto Brutus, tocado pelo professor Eder Paiva, que fez o possível e o quase impossível para que os meninos conseguissem viajar. Foi preciso contar com muita ajuda - de políticos, empresas e da própria sociedade - para tornar o sonho realidade. As mães dos atletas completaram o dinheiro que faltou.
"A gente lutou muito. Fizemos festa beneficente, o presidente da federação deu uma contrapartida, a empresa de ônibus parcelou e um vereador de Marechal nos ajudou. Já minha família, que tem uma pequena fábrica na Barra Nova, também contribuiu. Fomos à guerra antes de viajar, e cada contribuição foi uma conquista".
Agora, o treinador comemora as vitórias, destacando a participação de lutadores de alto nível, entre eles, alguns dos campeões mais prestigiados do país, acostumados a disputar, pela seleção brasileira, competições como o Pan-Americano e o Sul-Americano de Wrestling.
"Todas essas conquistas têm um valor enorme, pois, mesmo a luta sendo um esporte individual, Alagoas parece que luta em equipe. A gente está conseguindo transmitir isso para os meninos: a importância do esporte além das medalhas, fazendo com que tenham respeito um pelos outros, além de muito comprometimento", aponta Eder.
Depois de lutar jiu-jitsu por mais de 20 anos, o professor largou tudo para tocar o projeto social, que atende, gratuitamente, cerca de 200 jovens da Barra Nova e de outras localidades de Marechal. E foi com o dinheiro do Bolsa Atleta que Eder construiu, em 2016, um galpão para que os atletas pudessem treinar.
"Larguei 20 anos de jiu-jitsu para treinar wrestling. Vi uma oportunidade, com o esporte olímpico, de ajudar esses meninos", conta ele.
"Este foi um feito inédito para o Estado de Alagoas e, em especial, para o município de Marechal Deodoro. São meninos do povoado e estudantes de escolas municipais, todos guerreiros e, agora, campeões brasileiros".
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