Mesmo após uma série de investigações, as causas dos abalos sísmicos ocorridos no bairro do Pinheiro, em Maceió, nos dias 15 de fevereiro e 3 de março deste ano, ainda não foram identificadas. A Prefeitura de Maceió e o Governo do Estado estão sendo pressionados, pelo Ministério Público Estadual (MP/AL), a cumprirem medidas de apuração estabelecidas por pesquisadores.
Técnicos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que contaram com o apoio do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSisUFRN), já estiveram em Maceió para realizar a avaliação das possíveis razões dos tremores. No entanto, o documento produzido não apontou a real causa do abalo, apenas pontuou as possíveis motivações. Entre elas, está a ausência de esgotamento sanitário - rede coletora. A recomendação do MPE é que o Governo do Estado realize trabalhos nesse sentido.
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No relatório do MPE, foram apontadas cerca de dez medidas a serem adotadas pelas gestões públicas, elas são relacionadas à pesquisa, monitoramento e obras de infraestrutura.
O MP abriu o Procedimento Administrativo no último dia 30, quando foi publicado no Diário Oficial do Estado, cobrando a efetivação das recomendações pelos órgãos públicos. A portaria de Nº 08/2018 foi assinada pelo promotor de justiça Antônio Jorge Sodré Valentim de Souza, da 66ª Promotoria de Justiça da Capital.
Por meio de nota, a Prefeitura de Maceió disse que, desde a época do tremor, está realizando os levantamentos necessários que possam apontar as causas do abalo e diz estar à disposição do Ministério Público para prestar todos os esclarecimentos necessários.
O Pinheiro

O tremor de terra ocorrido no Pinheiro teve magnitude 2,5 na escala Richter, e foi registrado no dia 03 março deste ano. O acidente natural comprometeu ruas, casas e prédios do bairro.
Famílias tiveram que desocupar seus lares e a maioria das estruturas continuam interditadas.
Confira a nota da Prefeitura na íntegra:
A Prefeitura de Maceió informa que, em relação ao bairro Pinheiro, os estudos e levantamentos necessários estão sendo realizados desde o mês de fevereiro, quando houve o registro do fenômeno na região. Por meio da Defesa Civil Municipal, a Prefeitura viabilizou os primeiros levantamentos técnicos com a colaboração de doutores em geologia e geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A partir do relatório preliminar elaborado pelos estudiosos, que não identificaram anomalias que justificassem a ocorrência e recomendaram estudos mais aprofundados, a Prefeitura acionou o Governo Federal e um grupo de trabalho interinstitucional foi formado para dar continuidade aos levantamentos. Este grupo reúne a Defesa Civil Nacional, o Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Mineração para que, junto com o Município, atuem conforme suas competências para identificar as causas e buscar soluções para o problemas. Pesquisadores do Serviço Geológico estiveram em Maceió no mês de junho para o levantamento de novos dados geológicos. O Município está à disposição do Ministério Público para prestar todos os esclarecimentos necessários.