Um grupo de ambulantes se reuniu, na manhã desta quarta-feira (18), na sede da Secretaria de Controle e Convívio Social (Semscs), no bairro do Jaraguá, para discutir o impasse gerado após a decisão da Prefeitura de remanejá-los da Rua das Árvores, no Centro da capital. Eles querem voltar para o local, pois afirmam que têm tido prejuízos após a mudança para as proximidades do Mercado da Produção, e ressaltam que farão protestos diários caso impasse não seja resolvido. Por outro lado, o Município informou que a mudança vai ser mantida e que quem for flagrado vendendo produtos na Rua das Árvores, terá as mercadorias apreendidas.
Até o último dia 16, os ambulantes trabalhavam na Rua das Árvores, mas desde essa quarta-feira (17), o local de comércio foi transferido para Rua Francisco de Menezes, no entorno do Mercado, no bairro da Levada. Em semanas antecedentes ao processo de remanejamento, a Semscs realizou trabalhos de aviso prévio e melhoria na infraestrutura do novo local de comércio dos feirantes.
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No entanto, os vendedores reclamam da mudança, alegando que o novo espaço indicado não é adequado, pois o movimento é muito pequeno. A vendedora de frutas Holanda dos Santos não concorda com a mudança. "Desde que mandaram a gente pra lá eu só tive prejuízo. Já perdi quatro caixas de laranja porque não aparece gente pra comprar", lamentou.
Para o vendedor de caldo de cana Abelardo Gomes, 64 anos, a solução é ordená-los na própria Rua das Árvores. "Se organizarem a gente lá e tiver fiscalização todos os dias não vai ter problema. A gente só quer trabalhar, mas esse lugar que eles querem nos mandar não tem condições nenhuma da gente se manter porque não tem movimento", reclamou o vendedor, que já tentou trabalhar no local indicado pela Prefeitura.
O diretor de Convívio Social da Semscs, coronel Adilson Bispo, informou que as fiscalizações irão continuar. "Não podemos mais permitir que os ambulantes fiquem na Rua das Árvores. Nossa conversa com eles já vem sendo realizada há muito tempo. Um dos grandes problemas é que essas pessoas que estão reivindicando o espaço não estão nem cadastradas", observou.
De acordo com ele, os problemas estruturais apontados pelos vendedores foram sanados e não há outra alternativa a não ser vender os produtos próximo ao Mercado da Produção. "Quem for pego vendendo em local inadequado terá a mercadoria apreendida", concluiu.
O reordenamento no Centro tende a continuar nas próximas semanas. "Nós já temos um projeto que será apresentado aos trabalhadores do entorno da Praça Palmares. Vamos também remanejá-los para que a região fique de acordo com o que determina o Código de Posturas do município", avisou Bispo.