Cinco crianças foram resgatadas, na manhã desta quinta-feira (03), em uma ação conjunta entre conselheiros tutelares de Maceió e Viçosa, município da Zona da Mata alagoana, após denúncias dando conta de que a mãe estaria maltratando os próprios filhos. Laila Mariah, de 22 anos, e o padrasto foram encaminhados à Delegacia de Crimes Contra Crianças e Adolescentes, no bairro do Jacintinho, e liberados após prestarem depoimento.
De acordo com o conselheiro Nivaldo Júnior, três das crianças - que têm 2, 3 e 4 anos de idade - estavam na casa do padrasto, identificado como Edson José da Silva, no bairro do Clima Bom, parte alta da capital. Já as outras duas - de 6 e 7 anos - se encontravam na casa da avó, em Viçosa. Todas apresentavam queimaduras nas mãos e nos pés.
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"Além dessas queimaduras, vizinhos relataram que o padrasto colocava as crianças, de ponta-cabeça, dentro de um balde cheio de água. Vamos acompanhá-las nos exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) para, em seguida, solicitarmos as medidas protetivas que o caso requer", afirmou o conselheiro, que disse ainda apurar a razão pela qual os menores eram torturados.
Ainda de acordo com Nivaldo, a primeira providência deverá ser encaminhá-los para a casa da avó - mãe do padrasto das crianças -, onde não sofriam maus tratos. Elas também vão contar com acompanhamento psicológico, com a mãe sendo afastada do convívio dos menores.
Procurada pela Gazetaweb, a coordenadora da Delegacia de Crimes Contra Crianças e Adolescentes, delegada Adriana Gusmão, contou que as cinco crianças já foram ouvidas. Segundo ela, todas afirmaram que os maus tratos eram praticados apenas por parte da mãe.
"As crianças são pequenas e tiveram certa dificuldade de falar sobre o ocorrido, mas deixaram claro que só a mãe praticava tal judiação. No entanto, vamos ouvir vizinhos e familiares para saber como era convivência de Laila com os filhos e o padrasto", relatou Adriana.
Ainda conforme a delegada, a mãe das crianças, por sua vez, expôs que sofre de transtorno mental. Por isso, Laila deverá ser submetida à avaliação psicológica, cujo resultado vai auxiliar a Polícia Civil no curso das investigações.