O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), Izaias Barbosa, classificou como exagerada e uma ação extrema a prisão da jornalista Maria Aparecida de Oliveira, de 68 anos, acusada de atacar o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, em postagens em um blog pessoal. Segundo Barbosa, a medida abre um precedente muito perigoso.
Questionado pelaGazetawebsobre o episódio, levado ao conhecimento público na tarde dessa segunda-feira (23), o sindicalista informou que a entidade ainda vai tomar ciência do conteúdo do processo e da decisão do juiz da 3ª Vara Criminal da Capital para, então, decidir qual o posicionamento oficial.
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Entretanto, adiantou que o Sindjornal vai acompanhar a tramitação de perto. E afirmou que o sindicato não aceita qualquer tipo de medida extrema com a intenção explícita ou subliminar que busque calar um comunicador.

"Houve um excesso. Como o processo é de calúnia, não caberia uma prisão, mas ainda vamos saber o que realmente motivou este decreto", comenta Barbosa. Ele reforçou que medidas desta natureza podem abrir precedentes perigosos.
"De antemão, reiteramos que o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas é contra qualquer tipo de medida que cerceie a atividade profissional da categoria", avalia.
O FATO
A jornalista Maria Aparecida de Oliveira, de 68 anos, foi presa nesta segunda-feira (23) por determinação da 3ª Vara Criminal da Capital pela prática dos crimes de calúnia, difamação e coação de testemunhas no curso do processo. As acusações são do Ministério Público Estadual (MPE/AL).
Ela foi presa em cumprimento a um mandado de prisão preventiva executado na sua residência, localizada na Rua Aristeu de Andrade, no bairro do Farol. Presa preventivamente, ela foi levada para a Central de Flagrantes.
As acusações que resultaram na prisão teriam sido feitas pela jornalista contra o procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça, sem a apresentação de provas, segundo o MPE.
Nas denúncias veiculadas no seu blog e nas redes sociais, a jornalista faz acusações ligadas à época em que ele era Secretário de Segurança Pública no Governo Renan Filho.