Mais 11 deputados estaduais deverão ser ouvidos pela Polícia Federal (PF) durante cumprimento das diligências da Operação Sururugate. A informação foi exibida naTV Gazeta, na noite desta quinta-feira (26).
Os deputados são: Antônio Albuquerque (PRTB), Marcelo Vitor (PTB), João Beltrão (PRTB), Marcos Barbosa (PPS), Edval Gaia (PSDB), Severino Pessoa (PPS), Dudu Hollanda (PSD), Olavo Calheiros (PMDB), Isnaldo Bulhões (PDT), Cícero Cavalcante (PMDB) e Cícero Ferro (PRTB).
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A operação, que teve início em março deste ano, investiga um suposto esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), por meio de servidores fantasmas, muitos deles com cadastro no programa Bolsa Família. Ao todo, o prejuízo aos cofres públicos, causados pelos desvios cometidos em 2010 e 2013, podem chegar a R$ 150 milhões.
A investigação, que conta com a atuação de auditores da Controladoria Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, está na fase final. Após essa etapa, o inquérito será encaminhado para o Ministério Público Estadual.
Investigações
De acordo com a Polícia Federal, servidores vinculados ao gabinete da deputada Thaíse Guedes receberam indevidamente valores que somam R$ 220 mil. Uma das servidoras, que é beneficiária do programa Bolsa Família, recebeu indevidamente 13 salários, que totalizaram R$ 140 mil. Outros dois servidores receberam R$ 80 mil a mais do que os valores devidos pelo Legislativo.
Segundo o delegado Bernardo Gonçalves, superintendente da PF em Alagoas, Thaíse vai responder 25 vezes pelo crime de peculato, que corresponde aos salários recebidos indevidamente pelos servidores. O crime é caracterizado pela apropriação por parte de funcionário público de bem ou vantagem em função do cargo que ocupa. A pena prevista é de 2 a 12 anos.
"Após o indiciamento, nós encaminharemos o inquérito para o Ministério Público. Caberá ao Procurador-Geral de Justiça oferecer a denúncia. Paralelamente, a Polícia Federal segue inquirindo outros investigados. A investigação não para com este indiciamento", explicou o superintendente da PF em Alagoas.
Durante a investigação, a servidora que recebeu indevidamente R$ 140 mil informou à PF que não teve acesso ao dinheiro atribuído a ela. Revelou, ainda, que entregava documentos à deputada para que esta distribuísse currículos no comércio, a fim de lhe conseguir um emprego.