O caso Giovanna Tenório pode ter um desfecho, nesta quinta-feira (28), em relação a um dos acusados de participar da morte da estudante universitária, em junho de 2011. É que o julgamento do caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino da Silva, presidido pelo juiz John Silas, segue acontecendo na sala da 8ª Vara Criminal da Capital, no Fórum de Maceió, depois de a defesa dispensar testemunha que não compareceu, descartando a possibilidade de suspensão. A família da vítima quer a pena máxima ao réu.
A acusação aponta homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto, enquanto a defesa diz que não existem provas contra o réu nos autos. De acordo com o advogado de defesa, Ricardo Moraes, o caminhoneiro é inocente, uma vez que inexistem provas que indiquem qualquer envolvimento dele no crime. Segundo ele, os próprios autos não trazem a demonstração de nenhum material comprobatório.
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"Eu tenho certeza da inocência do meu cliente. Não existem provas do envolvimento dele com o crime, pois, ele nem conhecia estas pessoas [demais acusados de participação no assassinato]. Luiz estava, apenas, no local errado e na hora errada", comentou o advogado.
Uma das testemunhas do caso é Meire Emanuelle, que não compareceu à audiência porque não foi intimada - o documento teria sido enviado para o endereço errado. E apesar de Meire ser considerada "uma testemunha essencial para a defesa do réu", o advogado Ricardo Moraes desistiu do pedido de suspensão.
Por sua vez, a acusação - representada pelo promotor de Justiça Antônio Vilas Boas - sustenta a tese de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e furto. O acusado, conforme ressalta a promotoria, estaria com o celular da vítima e teria praticado o crime a mando de Mirella Granconato. O motivo do crime foi um suposto relacionamento que a vítima manteve com o marido de Mirella, Antônio Bandeira. Granconato deve ir a júri popular no próximo dia 11.

A FAMÍLIA
Em entrevista concedida antes do julgamento, o pai de Giovanna, Lenivalto Andrade, disse que acredita na culpa do réu e que ele será condenado com a pena máxima. "Eu não penso que ele seja inocente porque não acredito em mentiras. Nossa família nunca molhou as mãos de sangue e esta não será a primeira vez. Vamos aguardar o tribunal julgar. Peço sempre a Deus que minha filha esteja bem e em paz", expôs Lenivalto, agradecendo ao Tribunal de Justiça (TJ), ao Ministério Público (MP) e à polícia "por todo o suporte dado à família".
Já o cunhado da vítima, Cristiano Victor Soares, também afirmou acreditar na condenação com pena máxima. Para ele, são seis anos de sofrimento. "Espero que a justiça seja feita hoje".
AGazetawebnão encontrou familiares do réu, que está preso há seis anos.
RELEMBRE O CASO
A estudante desapareceu no dia 2 de junho de 2011, por volta das 12h30, nas proximidades da Faculdade de Fisioterapia do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), quando estava se deslocando para o Restaurante Salude, próximo ao Colégio Madalena Sofia, no bairro do Farol. O corpo de Giovanna foi encontrado dias depois em um canavial na Fazenda Urucum, situada entre os municípios de Rio Largo e Messias.
De acordo com o processo, no dia do desaparecimento, a vítima usava um celular Nokia de cor rosa, que teria recebido a última ligação às 12h06 e só voltou a ser acionado no dia seguinte ao seu desaparecimento, às 9h40, após ligação de aparelho pertencente à esposa do réu - que teria entregue o chip para que seu companheiro.
Outro fato que consta nos autos é que, à época, o réu morava na Rua Íris Alagoense, local pelo qual a vítima obrigatoriamente passaria para chegar ao Restaurante Salude, onde encontraria um amigo. No caminho, ela teria sido interceptada e imobilizada, inviabilizando qualquer chance de defesa. As provas periciais comprovam que Giovanna teria sido morta por estrangulamento, além de sofrido diversas lesões provocadas por instrumento contundente.