A investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) em Alagoas apontou que a Assembleia Legislativa Estadual (ALE) efetuava pagamentos a servidores que já haviam morrido. Os repasses continuavam sendo feitos, conforme a apuração, mesmo após o registo de óbito no Sistema de Controle de Óbitos (SISOB). Há, pelo menos, 20 mortos na lista da folha.
A operação Sururugate, deflagrada na manhã desta quinta-feira (30), apura fraudes na folha de pagamento do Poder Legislativo ocorridas entre os anos de 2010 e 2013, que podem ter resultado no desvio de R$ 15 milhões dos cofres daquela Casa.
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Em nota, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União informa que foram identificadas irregularidades como subdeclaração de informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); acumulação ilegal de cargos e empregos públicos; percepção de benefícios sociais, previdenciários e da reforma agrária em desacordo com a lei; além dos pagamentos de salários aos mortos.
Ainda conforme o órgão ministerial, beneficiários do Bolsa Família eram contratados pela Assembleia Legislativa e eram remunerados da mesma forma. O desvio milionário teria ocorrido, principalmente, a partir do repasse a estes funcionários cadastrados no programa federal.
A nota do Ministério da Transparência informa que a Operação Sururugate contou com a participação de cerca de 80 pessoas, entre auditores da CGU e policiais federais. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Assembleia Legislativa do Estado, mais precisamente nas Diretorias de Recursos Humanos e Financeira.
Os envolvidos no esquema podem responder pelos crimes de participação em organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Pelo menos cinco equipes, dos dois órgãos, foram mobilizadas para o cumprimento da ordem judicial nesta manhã. Até o momento, nenhum representante da mesa diretora da ALE comentou acerca desta operação.