Namorada do réu na morte do capitão da PM Rodrigo Moreira Rodrigues, Karollyne Monteiro Almeida afirmou, em audiência de instrução nesta sexta-feira (10), que a guarnição militar teria se identificado como segurança do condomínio onde Agnaldo Lopes de Vasconcelos morava.
"A todo momento a gente tinha dúvida se realmente se tratava de polícia, porque quando [a polícia] chegou à casa, se identificou como sendo segurança do condomínio por diversas vezes", disse ela ao juiz Geraldo Amorim, que preside a sessão que vai definir se o caso vai a juri popular.
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Ela afirmou que os policiais não foram agressivos no momento inicial, quando estavam se identificando como seguranças do condomínio. Mas, na sequência gritaram "Abra a porta filho da p*ta, é a polícia".

Como já prestaram depoimento as testemunhas indicadas pelo Ministério Público, agora estão sendo ouvidas as da assistência de acusação e, na sequência, as da defesa. Ainda constam na lista de arrolados os policiais militares da guarnição que acompanhava o capitão Rodrigues na hora da abordagem.
Um dos vizinhos dele, Fernando Antônio Mangueira Gomes, já falou ao juiz e afirmou que não viu a chegada dos policiais à casa de Agnaldo porque estava dormindo. Ele disse ter acordado com os tiros, ouvindo apenas o que aconteceu na sequência. "Ouvi o grito do rapaz pedindo socorro porque tinha um policial ferido".
Fazem a defesa de Agnaldo na audiência os advogados Joanísio Pita de Omena Júnior e Ricardo Lôbo Ramires Malta. Pelo Ministério Público, atua o promotor José Antônio Carlos Malta Marques. O assistente de acusação é o advogado Welton Roberto. A audiência ocorre no salão do Tribunal do Júri 3, no terceiro andar do Fórum do Barro Duro.

O caso
O capitão Rodrigo Moreira Rodrigues, de 32 anos foi morto a tiros no dia 09 de abril, durante uma ocorrência na Santa Amélia, parte alta de Maceió. A viatura comandada pelo oficial foi recebida à bala por um homem que estava dentro de uma residência. Um dos tiros acertou o militar na região do pescoço.
Outros três policiais estavam na guarnição e não foram atingidos pelos projéteis. Eles tentavam localizar suspeitos de ter roubado um aparelho celular. O equipamento possui rastreador e a guarnição conseguiu achar o imóvel pelo monitoramento. Na casa, o capitão chamou o dono pelo muro e, quando foi recebido, levou o tiro.
Agnaldo se apresentou à polícia alguns dias depois do crime e está preso desde então.