Dirigentes do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) se reuniram, na manhã desta quinta-feira (9), com o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Paulo Domingos Lima Júnior, para cobrar rigor na investigação acerca do assassinato brutal do cinegrafista Paulo Antônio da Silva, ocorrido no último dia 22 de fevereiro, no Benedito Bentes. O coordenador da Delegacia de Homicídios da capital, delegado Fábio Costa, também participou da audiência e revelou que a apuração está bastante avançada, com a identificação de suspeitos.
Aos jornalistas, o secretário Lima Júnior afirmou que o órgão está trabalhando assiduamente para solucionar o caso. "Estamos fazendo o máximo para solucionar o caso o mais rápido possível. Tenho muito respeito pela profissão de jornalista, que, muitas vezes, parece com a do policial. As investigações estão adiantadas e espero que, em breve, façamos uma coletiva somente sobre esse caso", revela.
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O delegado Fábio Costa confirmou que as investigações estão avançadas e que o fato está perto de ser esclarecido.
"É um crime complexo e que, pelas pessoas terem medo de falar, por ser um lugar perigoso, dificulta as investigações, mas já estamos avançados e identificamos algumas pessoas, O mais rápido possível o caso será solucionado", promete o chefe da Delegacia de Homicídios.
O presidente do Sindjornal, Flávio Peixoto, disse ter saído satisfeito da reunião com a cúpula da SSP e por saber que as investigações do crime estão adiantadas. "Viemos aqui para obter mais informações do caso, a família está com medo e, por isso, não divulgou nem onde seria o sepultamento. Mas, ficamos mais tranquilos em saber que o caso está sendo investigado com rigor", comenta.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) acompanhá o desfecho do crime também. A segunda vice-presidente nacional da Fenaj em Alagoas, Valdece Gomes, disse este caso já está notificado e sairá no relatório nacional de crimes praticados contra jornalistas.
"Estávamos preocupados com a investigação e com a forma que o crime aconteceu. Agora, sabemos que o caso está próximo de ser solucionado e daremos uma resposta para família", avalia.
O caso
O cinegrafista Paulinho, como era conhecido, estava em sua residência, situada no Conjunto 1º de Julho, no bairro do Benedito Bentes, parte alta de Maceió, quando dezenas de pessoas a invadiram e o apontaram como criminoso, sob a acusação de que ele teria abusado de uma criança. O fato foi relatado por familiares da vítima, que denunciaram que Paulo não havia cometido crime algum e a acusação era apenas para chegar nele.
Segundo os parentes, os agressores, que estavam armados com arma branca e pedaços de madeira, arrastaram a vítima para um local próximo a um terreno baldio, situado no mesmo conjunto, e deram início ao espancamento.
Paulo teve quebrados braço e costela, o pulmão perfurado e vários ferimentos espalhados pelo corpo, principalmente na cabeça. Além das agressões, os suspeitos invadiram a casa e roubaram objetos, queimaram pertences e pegaram um dinheiro que ele tinha para levantar um cômodo em um dos terrenos que possuía perto da casa onde estava morando.