O prefeito afastado de Barra de Santo Antônio, Rogério Farias, reagiu com surpresa à decisão do juiz John Silas de afastá-lo da prefeitura, assegurando que todas as despesas do município estão comprovadas e que foram entregues em tempo hábil à Justiça.
Para Rogério Farias, a Justiça apenas atendeu ao pedido do Ministério Público, cujas denúncias, na sua maioria, não passam de disputa política com vistas às eleições deste ano.
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O prefeito afastado vai recorrer da decisão de primeiro grau dentro do prazo de quinze dias e diz que, lamentavelmente, o juiz não levou em consideração todas as informações prestadas e todos os recibos de comprovação dos pagamentos, inclusive dos servidores do quadro da Secretaria de Educação, de onde se originaram as denúncias.
Segundo Rogério, foi enviado à justiça ordem de pagamento, comprovante da transferência eletrônica, arquivo bancário para a conta individual de cada servidor, além de uma certidão firmada pela Secretária de Educação comprovando a inexistência das ilegalidades apresentadas pelo Ministério Público. Ele acrescenta ainda que o pagamento da área de Educação foi feito de janeiro de 2015 a novembro do mesmo ano, assim como o 13º salário, restando apenas o mês de dezembro em função da greve que foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça, que determinou o desconto dos dias parados dos servidores naquele mês.
Denúncias vazias
O prefeito Rogério Farias também contestou a denúncia de enriquecimento ilícito e de improbidade administrativa por suposto desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e apresentará toda a documentação na sua defesa ao Tribunal de Justiça de Alagoas. Ele disse que para construir a Pousada Jirituba na Barra de Santo Antônio, num terreno adquirido há dez anos, vendeu uma fazenda em Porto de Pedras, um apartamento no Stella Maris construído pela Cerutti Engenharia, assim como tomou empréstimos no Banco do Brasil e no Bradesco.
Farias também mostrou que sua embarcação, sequestrada por ordem judicial, foi adquirida muito antes dele ser prefeito da Barra de Santo Antônio, ressaltando ainda que todos os recursos investidos foram de economias próprias durante toda a sua vida como empresário. "É um verdadeiro absurdo esta denúncia de que desviei recursos da prefeitura. Isso é próprio dos adversários políticos, a exemplo do vice-prefeito Carlos Alexandre que, na ambição do poder, tenta me afastar da prefeitura".
Rogério foi mais além ao afirmar que o vice-prefeito, possuidor de um escritório de advocacia, já se gaba de ter conseguido o afastamento do então prefeito de Joaquim Gomes, Toinho Batista e Maria Cícera, a Ciçou, da própria Barra de Santo Antônio. "Agora se voltou contra mim, mas vou provar tudo na Justiça", disse Farias.
Para Rogério, o que desencadeou todas essas denúncias vazias foi a disputa política de grupos rivais no município, como, por exemplo, do vice-prefeito Carlos Alexandre, que quer, à força, tomar a prefeitura nas eleições de outubro.
"Apesar de todas as dificuldades que os municípios enfrentam, sempre procurei trabalhar com lisura e resolver os problemas de Barra de Santo Antônio, município também inserido na grave crise financeira que atinge o país como um todo. Todas as prefeituras brasileiras têm suas dificuldades e ficarão muito poucas que não tenham pendências a resolver", salientou.
Ele disse que já está trabalhando com seus advogados na sua defesa, a qual deverá ser encaminhada ao Tribunal de Justiça nos próximos dias, onde todas as informações serão novamente prestadas e todos os documentos já apensados aos autos e informados ao juiz John Silas serão também encaminhados ao TJ.