No mundo do surfe, não existe dúvida que Gabriel Medina está mordido com o fato de não ter conseguido conquistar o bicampeonato mundial, no ano passado. Apesar da belíssima reação no segundo semestre, o jovem astro não conseguiu superar Adriano de Souza, o Mineirinho, e o australiano Mick Fanning e acabou com a terceira colocação do ranking. Não era uma tarefa fácil para quem estava em 21º lugar da classificação passadas cinco das 11 etapas do calendário. Mas Medina deixou de lado a badalação e a perda de foco da primeira metade do ano passado e demonstrou a sua enorme qualidade para conseguir chegar ao menos nas quartas de final das últimas seis etapas do Tour de 2015, com direito a uma vitória (França) e dois vices (Taiti e Havaí). Segundo o paulista de 22 anos, os erros que o fizeram ter de correr atrás dos rivais ficaram para trás e, 2016, tem tudo para ser finalizado com o seu segundo título mundial. A primeira chance dele provar isso é na etapa de abertura da temporada 2016 do Tour, a partir do dia 10 de março, na Gold Coast, na Austrália.
- Aprendi com meus erros. O meu começo de temporada ruim no ano passado me fez evoluir e me focar muito mais no meu trabalho. Em 2016, o meu foco é ser bicampeão mundial. Esse ano que acabou foi de muito aprendizado. Eu aprendi bastante, aprendi a me superar e fazer as coisas certas na hora que eu preciso. Eu vou fazer o meu melhor para começar muito bem o Tour e aumentar minhas chances de ser bicampeão - comentou Gabriel.
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Vencedor da etapa da Gold Coast em 2014, ano em que se consagrou campeão mundial, Medina conhece bem o caminho das pedras. Ele é um dos favoritos na costa australiana e espera demonstrar isso desde o início.
- Quero muito ganhar mais uma vez na Gold. Isso foi muito importante para eu ser campeão mundial e não será diferente neste ano. Vou chegar muito bem preparado para fazer o meu melhor e evitar o que aconteceu no ano passado - disse Medina, que foi eliminado na última edição, na terceira fase, pelo irlandês Glenn Hall, apenas o 30º do ranking final de 2015.

Com dez brasileiros na elite, Gabriel sabe que terá de enfrentar inúmeras vezes seus compatriotas por inúmeras vezes nesta temporada. E isso anima o maior ídolo do surfe brasileiro.
- Vai ser muito legal esse ano. A gente vai ter praticamente um brasileiro por bateria. Não se vão ser divididos, mas toda bateria pode ter brasileiro. E são caras que surfam muito bem. O Brasil vai estar muito bem representado. Todo mundo tem um objetivo e estamos aí para ir para cima.
Além de largar bem na Gold, Medina também já tem em mente quais etapas, em especial, ele pretende levantar o caneco. Uma que não poderia faltar é a de Pipeline, no Havaí, a última do calendário. Nos últimos dois anos, Gabriel foi derrotado na decisão: em 2014, pelo australiano Julian Wilson, e, em dezembro passado, pelo atual campeão mundial, Adriano de Souza.
- Quero muito ganhar Pipeline, porque perdi as duas últimas finais. Mas também quero muito ganhar Trestles (nos Estados Unidos, em setembro). É muito difícil essa etapa americana e todo mundo surfa bem, o melhor surfista ganha. A gente depende dos juízes, do julgamento. Eu mesmo não entendo certas coisas, mas meu objetivo é ganhar Trestles esse ano.
Além de Gabriel e Mineirinho, os outros oito brasileiros que estarão em ação no Circuito Mundial deste ano serão Filipe Toledo, Italo Ferreira, Wiggolly Dantas, Caio Ibelli, Alejo Muniz e Alex Ribeiro.

BATERIAS DA 1ª FASE EM GOLD COAST
1: Italo Ferreira (BRA), Keanu Asing (HAV, Ryan Callinan (AUS)
2: Julian Wilson (AUS), Michel Bourez (TAH), Adam Melling (AUS)
3: Filipe Toledo (BRA), Jadson André (BRA), Stu Kennedy (AUS)
4: Gabriel Medina (BRA), Caio Ibelli (BRA), Sebastian Zietz (HAV)
5: Mick Fanning (AUS), Matt Banting (AUS), wildcard
6: Adriano de Souza (BRA), Kolohe Andino (EUA), wildcard
7: Jeremy Flores (FRA), Adrian Buchan (AUS), Davey Cathels (AUS)
8: Kelly Slater (EUA), Matt Wilkinson (AUS), Conner Coffin (EUA)
9: Nat Young (EUA), Kai Otton (AUS), Alex Ribeiro (BRA)
10: Josh Kerr (AUS), Taj Burrow (AUS), Kanoa Igarashi (EUA)
11: Jordy Smith (AFR), Wiggolly Dantas (BRA), Miguel Pupo (BRA)
12: Joel Parkinson (AUS), John John Florence (HAV), Jack Freestone (AUS)