A Polícia Civil de Alagoas ouviu a pessoa que é considerada a principal testemunha do caso do feminicídio que teve como vítima a advogada Maria Aparecida. O depoimento foi colhido nessa segunda-feira (25). De acordo com o delegado Rodrigo Sarmento, a testemunha relatou situações que reforçam que Maria vivia um relacionamento abusivo, com agressões físicas, inclusive, por parte do marido, Alisson Bezerra da Silva.
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Segundo a autoridade policial, a testemunha detalhou que Alisson Bezerra não monitorava a mulher somente por meio de câmera de IP instalada dentro de casa, como já era de conhecimento da polícia desde que o crime ocorreu. Mas também a controlava por outros mecanismos.
"A testemunha-chave disse que era uma relação conflituosa, com agressões e ameaças, mas a esposa nunca tinha registrado boletim de ocorrência em desfavor do marido, porque acreditava que ia resgatar a família dela. Falou do controle que o marido fazia, não só com relação à câmera IP, mas colocou rastreador no carro dela, clonou o celular dela e toda forma de controle que ele podia, ele se utilizava", afirma a autoridade policial.
Ainda de acordo com o delegado, a testemunha disse em depoimento que Alisson tentou suicídio na semana anterior ao feminicídio e foi salvo pela esposa. "Relatou também que ele já havia tentado suicídio tomando medicamentos e quem levou ele para o hospital foi exatamente a esposa", diz a autoridade policial. As suspeitas, segundo investigação, é que Alisson tentou novamente tirar a própria vida depois do crime, mas sobreviveu e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
Maria Aparecida foi assassinada a facadas dentro de casa no dia 22 de julho.