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Tradição religiosa: canto gregoriano volta a ser entoado nas igrejas

Primeiro livro em português sobre o gênero será lançado em Maceió, durante evento de música sacra


				
					Tradição religiosa: canto gregoriano volta a ser entoado nas igrejas
Reprodução

A Arquidiocese de Maceió está sediando o Primeiro Encontro de Música Sacra de Alagoas, na Catedral Nossa Senhora dos Prazeres. O evento começou no dia 26 e vai até amanhã, dia 28. O objetivo é reunir os entusiastas da música sacra, desde o maestro até o seminarista. Um dos destaques é a participação de Cleyton Júnior Dias que estará lançando o primeiro livro em português sobre cantos gregorianos.

No Brasil, o canto gregoriano chegou junto com os colonizadores portugueses durante o período colonial. Missionários católicos trouxeram consigo não apenas a fé católica, mas também as práticas litúrgicas, incluindo o canto gregoriano. “O canto gregoriano tem um poder sobrenatural que advém da sua própria natureza. Ele nasce para ressaltar a palavra de Deus presente na liturgia. E, ao fazer isso, entra em profunda simbiose com esta palavra de Deus, de maneira a ruminar esta palavra e, a partir desta ruminação, esse canto, que foi sendo aprimorado ao longo de séculos, torna-se de fato a forma mais elevada de oração cantada”, ressalta Dias.

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Esse estilo musical foi conservado, há bastante tempo, por monges. No Brasil não foi diferente. No ano de 1598, no estado de São Paulo, foi fundado o Mosteiro de São Bento, uma das instituições religiosas mais antigas e importantes do país. Os monges beneditinos que lá se dedicavam ao estudo, ao trabalho e à adoração, desempenharam um papel importante na vida espiritual e cultural da região, fundando escolas, hospitais e outras instituições de caridade. O Mosteiro de São Bento continua a ser um importante centro de vida religiosa, cultural e educacional em São Paulo, preservando uma rica tradição de mais de quatro séculos de história beneditina no Brasil. Sua influência se estende não apenas à cidade de São Paulo, mas também ao país.


				
					Tradição religiosa: canto gregoriano volta a ser entoado nas igrejas
Reprodução

Em Alagoas, recentemente, sopraram os ventos da mudança. Na cidade de Arapiraca, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição passou a realizar a Missa Tridentina com cantos gregorianos como forma de trazer a histórica doutrina da igreja para a contemporaneidade. Em Maceió, mesmo que não seja em todas as missas, algumas paróquias possuem datas especiais, normalmente uma vez ao mês, para entoar cantos gregorianos. No entanto, o professor explica ainda que o Concílio Vaticano II também considera outros gêneros musicais: “Quando dizemos que o canto gregoriano é o canto próprio da liturgia romana, nós não queremos, com essa fala, que inclusive é uma citação da própria constituição sobre a liturgia do Vaticano II, excluir outros gêneros musicais. Pelo contrário, a própria igreja nos ensina que outros gêneros musicais, como por exemplo a música polifônica, o canto religioso popular, a música sacra para órgão e outros instrumentos, todos esses gêneros são bem-vindos dentro da ação litúrgica, desde que cumpram a sua finalidade. Primeira, a edificação dos fiéis na liturgia; segunda, a glorificação de Deus.”

A utilização do canto gregoriano não é limitada ao ritual litúrgico e possui benefícios além dos espirituais. “Estudos antropológicos, estudos psicológicos, mostram o próprio poder do canto gregoriano, mesmo em outras situações da vida cotidiana. Por exemplo, o canto gregoriano é utilizado dentro da musicoterapia como sendo uma das ferramentas para auxílio à cura de doenças psíquicas, como, por exemplo, a ansiedade, a depressão, a síndrome do pânico”, diz Dias.

LANÇAMENTO

O lançamento de um livro deste gênero em língua portuguesa revela que o canto gregoriano está ficando cada vez mais popular. Após passar por uma época de sombrio esquecimento, os cânticos em latim estão voltando a ecoar entre as quatro paredes das paróquias e arquidioceses, sendo prestigiados até mesmo por aqueles que não possuem nenhum entendimento da língua latina. O autor Cleyton Dias fala ainda sobre o que pensa ser a cerne do livro: “O objetivo deste livro é trazer uma atualização sobre a própria utilização do canto gregoriano na liturgia renovada pelo concílio vaticano segundo. É mostrar a importância desse canto nos documentos da igreja, porque desde o concílio vaticano segundo até o papa Francisco, todos os papas ressaltaram a importância deste canto, a beleza desse canto [...] Então o objetivo deste livro é trazer essa atualização sobre o canto gregoriano, tocando em questões históricas, porque mostra a própria história desse canto, então nesse sentido a leitura desse livro certamente ajudará em conhecimentos históricos e culturais”.


				
					Tradição religiosa: canto gregoriano volta a ser entoado nas igrejas
Cleyton Dias lança em Maceió o 1º livro em português dedicado ao canto gregoriano. Cortesia

O Canto Gregoriano deixou e voltou a deixar marcas na sociedade mundial e, como é macro, brasileira. A importância desse estilo musical transcende o que é dito através de diálogos e só é possível compreender através dos cânticos, como Paulo, em sua carta aos Efésios, diz: “...Enchei-vos do Espírito falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração.” (Efésios, 5;18-19).

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