Você já parou para pensar que ao oferecer ajuda constante a uma pessoa idosa, pode estar subestimando suas habilidades e privando a autonomia que tanto prezam?
Em nossos esforços para tornar a vida dos idosos um pouco mais fácil, muitas vezes acabamos realizando as tarefas por eles afim de evitar sobrecarga, mesmo quando ainda são capazes de fazê-las sozinhos. Embora essa intenção seja a melhor possível, surge a pergunta crucial: estamos, de fato, ajudando-os com essa superproteção?
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Em situações necessárias de assistência, buscar um equilíbrio é a melhor opção, estimulando a independência, respeitando as limitações e principalmente os desejos do idoso. Entretanto, a superproteção, em certos contextos, pode ter consequências negativas, prejudicando tanto a autonomia quanto a autoestima.
Incentivar a independência dos idosos começa ao permitir que eles elaborem suas rotinas e realizem suas próprias atividades. Essa autonomia não apenas preserva a dignidade, mas fortalece a confiança, proporciona controle sobre a própria vida, evitando estados depressivos e o sentimento de ser um fardo para a família e os outros.
Como estimular ainda mais a independência no dia a dia:
• Se ainda for possível, deixe que ele saia para fazer compras, ir em feiras, igrejas etc.
• Deixá-lo cozinhar algo que goste e que se sirva à mesa.
• Permita que ele realize sozinho seus cuidados de higiene pessoal, como tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo.
• Deixe que escolha suas roupas, acessórios e que vista-se sozinho.
• Estimule a prática de exercícios físicos, interações sociais e momentos de lazer.
• Permita que ele participe da tomada de decisões, como escolher um filme, um passeio em família, etc.
• Inclua o idoso em tarefas domésticas leves para promover independência.
Uma dica extra: reconhecer e celebrar cada conquista dos nossos idosos, independentemente de sua magnitude, é fundamental. Essa prática não apenas fortalece a independência física, mas também desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar emocional.
Por fim, convocamos cuidadores, familiares e profissionais de saúde a adotarem uma abordagem que priorize a independência dos mais experientes. Ao construirmos um ambiente onde a autonomia é respeitada, estamos oferecendo mais oportunidade de viver com dignidade e plenitude, que é o que todos merecemos.
Natália Oliveira
Fisioterapeuta pela UFVJM
e pós-graduanda em geriatria e gerontologia.