Dezenas de integrantes das famílias do empresário Marcelo Barbosa e do adolescente Danilo Fernando, vítimas de tiros efetuados durante abordagens policiais em Alagoas, realizaram um protesto na manhã deste sábado (17), no centro de Arapiraca, para pedir justiça pela morte de ambos.
A manifestação se deu justamente na cidade onde os dois fatos ocorreram. Além de as vítimas terem sido baleadas durante intervenções militares, informações apontam que um dos policiais envolvidos no caso de Marcelo também estaria envolvido na abordagem de Danilo, o que motivou ainda mais a junção das duas famílias.
No protesto, os parentes e amigos seguravam faixas, cartazes e fotos, e pediam por justiça, gritando palavras de ordem com o fim de chamar a atenção da polícia e da sociedade em geral.
A movimentação foi intensa, mas ocorreu de forma pacífica, inclusive, atraindo moradores que passavam pela localidade. Na oportunidade, o pai e a mãe do empresário falaram sobre esse triste momento por que vem passando a família.
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OS CASOS
Danilo foi morto durante uma abordagem do 3º Batalhão da Polícia Militar, que atua em Arapiraca, em 25 de novembro do ano passado. Segundo as investigações, ele teria fugido de uma abordagem e foi baleado. Os militares, segundo a Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), haviam alegado que o adolescente tinha disparado contra eles, mas, conforme as investigações, a versão tinha inconsistências.
O Ministério Público (MP) denunciou, no dia 7 deste mês, quatro policiais que estavam na abordagem ao adolescente. A 6ª Promotoria de Justiça ofereceu denúncia por lesão corporal seguida de morte e fraude processual.
"O menor foi atingido na região lombar esquerda com trajeto ascendente, alojando-se o projétil na região da mamária direita, o que demonstra que, quando a vítima foi atingida, tinha se abaixado e estava deitada, colocando-se em posição de defesa, e não, de ataque", afirmou a denúncia.
Um ano depois, mais precisamente 14 de novembro deste ano, também em Arapiraca, Marcelo Barbosa Leite foi baleado durante uma abordagem também do 3º Batalhão da Polícia Militar. Ele morreu cerca de 20 dias depois, internado em um hospital de São Paulo, em decorrência dos ferimentos.
Segundo a família, Marcelo foi atingido nas costas. A Polícia Civil aguarda que o Instituto de Criminalística (IC) marque a reconstituição do crime, que foi determinada pela Justiça, a pedido do Ministério Público. A defesa dos policiais informou que eles irão participar da reprodução simulada.
*Com informações da TV Gazeta