O fim de semana foi de transtornos para quem precisou de consulta na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] do Jacintinho, em Maceió. Os usuários reclamaram da longa espera para avaliação médica, mesmo quando o caso era classificado como urgência. Curiosamente, o problema surgiu após o HGE [Hospital Geral do Estado] mudar o fluxo de entrada dos pacientes, desde o dia 25 de novembro.
Não demorou muito para as reclamações ganharem as redes sociais. Muitos internautas que foram até a unidade ou conheciam parentes que estiveram lá relataram a demora pelo atendimento. Eles disseram que pessoas acidentadas, idosas e crianças que passavam mal tiveram que aguardar horas até serem consultadas.
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“Já que o HGE não pode receber casos clínicos não emergenciais deveria ter preparado as UPAS para receber todos nós que precisamos do atendimento pelo SUS”, escreveu uma das pacientes, em um perfil popular do bairro nas redes sociais.
Outra pessoa relata que passou várias horas esperando na fila e saiu sem ser atendida. “Eu cheguei lá [na UPA do Jacintinho] um tempo desse, morrendo de dor, às 3h da tarde. Saí quase 9h, não fui atendida. Um absurdo essa UPA. Horrível o atendimento”, comentou. “Sempre foi assim. Era pra voltar o mini-pronto socorro. Lá, tinha médico e o atendimento era rápido”, detalha uma usuária.
Nos comentários, os internautas revelam que a direção do HGE estaria se negando a dar o encaminhamento para as UPAS, quando a classificação de risco é feita. “A pessoa morre e não fazem nada”, desabafa uma paciente. E outra culpa a gestão estadual. “Governador vai para a televisão dizer que tem UPA, mas não tem equipes para atender”.
Em áudio enviado à Gazetaweb, um cidadão relata que precisou chamar a atenção na recepção da UPA do Jacintinho, para que a esposa dele, grávida, pudesse ser atendida. “Fiz um barraco. Disse que, se alguma coisa acontecesse com a minha mulher e com o bebê, a culpa seria deles. Não demorou dois minutos e colocaram a minha esposa pra dentro”, contou.
A direção do HGE comunicou que, desde o dia 25 de novembro, o fluxo de entrada de pacientes seria alterado. As pessoas que procuram a unidade passam, primeiramente, pela classificação de risco, antes do registro.
Conforme divulgaram, a mudança teria como objetivo identificar se o caso do paciente pode ser tratado em uma UPA, por exemplo. Com isso, a Área Azul do HGE, que tem o maior número de atendimento, passaria por uma reformulação.
O funcionamento da área aconteceu da seguinte forma: o paciente passa pela classificação de risco, onde acontece a triagem dos atendimentos, conforme a queixa. Logo após, ele faz o registro de entrada e será levado para atendimento no consultório do médico clínico ou direcionado para a Área Vermelha de trauma, cardiologia ou ortopedia, dependendo do caso.
A Gazetaweb manteve contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e aguarda retorno.
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