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HOME > notícias > TECNOLOGIA E GAMES

Robôs 'programadores' vão roubar empregos de profissionais de TI?

Ferramentas como ChatGPT e GitHub Copilot poupam esforço, mas exigem aptidão para editar códigos e corrigir possíveis erros

Além de escrever textos, o robô ChatGPT consegue "programar" em várias linguagens. Isso também pode ser feito com o Copilot, do site de compartilhamento de códigos GitHub. As ferramentas podem mudar a forma de trabalho e as competências exigidas de programadores.

O ChatGPT e o Copilot foram treinados a partir de códigos-fonte disponíveis na internet para simular o pensamento de humanos. Eles criam programas por conta própria, mas, em muitos casos, exigem ajustes que vão além de um simples "copiar e colar". Entenda mais sobre as ferramentas.

Leia também

O QUE SÃO: ferramentas de inteligência artificial treinadas para criar códigos em diversas linguagens de programação

COMO FUNCIONAM: ambos fazem análises de texto com ajuda do GPT-4, modelo de linguagem criado pela OpenAI

O QUE FAZEM: criam códigos do zero a partir de um pedido na forma de uma frase curta ou completam códigos que uma pessoa começou

O QUE PODE MUDAR: profissionais de tecnologia da informação (TI) poderão ter que aprimorar habilidades de edição de códigos e aprender a melhor forma de usar os robôs

Para o diretor-executivo do GitHub, Thomas Dohmke, profissionais de TI precisam buscar novos tipos de competências.

A edição [de códigos] se tornará uma habilidade muito importante. Antes, você tinha que escrever tudo sozinho. No futuro, teremos a IA nos ajudando

— Thomas Dohmke, diretor-executivo do GitHub

Segundo ele, os robôs têm o potencial de melhorar a colaboração entre programadores. Isso porque é possível usar as ferramentas para explicar códigos e facilitar a revisão feita por pares.

"Descrever o seu próprio trabalho é sempre um pouco estranho porque você sabe sobre ele na sua cabeça", diz. "Os colegas de trabalho precisam entender o que eu fiz e, para isso, podemos usar a IA".

Os robôs vão acabar com empregos?

Ainda é cedo pra dizer, mas a expectativa é que eles aumentem a produtividade dos profissionais ao ajudá-los a escrever códigos mais rapidamente e a reduzir a quantidade de erros.

Se o passado é algum indicativo, novas ferramentas de desenvolvimento ajudam desenvolvedores em seu trabalho, em vez de os substituírem

— Thomas Dohmke, diretor-executivo do GitHub

"Antes da internet, você construía tudo do zero. Você poderia ter uma revista com algum código de exemplo, mas, a partir dali, tinha que construir do zero. Hoje, nenhum desenvolvedor, nenhuma empresa está tentando competir contra o código aberto".

O ChatGPT é gratuito, mas conta com uma versão paga que custa US$ 20 por mês (cerca de R$ 100) e garante a disponibilidade do serviço mesmo quando há muita demanda, oferece respostas mais rápidas e libera novos recursos mais rapidamente.

O Copilot só tem a versão paga, que custa US$ 10 (R$ 50) por mês e se integra a diferentes programas de edição de código – a Microsoft, dona do GitHub, tem o Microsoft 365 Copilot, mas este é voltado para programas como Word, Excel e PowerPoint.

O pesquisador da empresa de tecnologia Zup Geraldo Gomes afirma que a companhia está testando o ChatGPT e o Copilot, mas ainda não os usa em seus produtos. Para ele, os desenvolvedores devem buscar se adaptar, mas os robôs não devem substituir completamente os humanos.

"Imagine o ChatGPT hoje a nível de interface: há um campo onde eu tenho que escrever um texto para ele entregar alguma coisa. Só que, para isso, eu preciso ter dois conhecimentos mínimos: o do produto que eu quero gerar e o do input [entrada] que eu vou lançar lá", afirma.

Para ele, o que pode acontecer é os robôs mudarem o conceito de programação em par, em que um programador tem o apoio de outro profissional para analisar o que pode ser melhorado no código.

"Eu vejo ferramentas como o ChatGPT atuando como esse par junto à pessoa desenvolvedora, ajudando a escrever esses códigos", afirma.

Como eles podem ajudar?

Na área de programação, os robôs fazem tarefas como:

Escrever códigos em linguagens de programação como PHP, Python, Java, entre outras

Criar comentários ao longo do código e uma página de documentação que ajude outros desenvolvedores a entenderem um projeto

Analisar o código em busca de erros

Criar cenários de testes para comprovar eficácia de um código

Em uma atualização recente, o Copilot ganhou recursos de chat e comandos de voz, que permitem pedir códigos com linguagem informal. Ele também se tornou capaz de criar textos que expliquem mudanças em novas versões de um projeto, as chamadas "pull requests".

Onde eles ainda precisam melhorar?

Os robôs ainda têm problemas, mesmo ao darem boas soluções. Foi o que notou o desenvolvedor de software Erick Savassa, quando achou uma resposta em poucos minutos no ChatGPT depois de passar horas pesquisando no Google.

"Nesse exemplo que foi um sucesso, o ChatGPT criou um código que, na verdade, era impossível de fazer. Ele usou uma função que não existia em uma biblioteca", conta. "Como eu já desenvolvo há bastante tempo, eu sabia o que fazer. Mas não foi só copiar e colar".

No caso do Copilot, ele diz que as sugestões não costumam seguir o padrão esperado. "A sugestão, às vezes, meio que copia e cola um código que já está escrito, e você quer algo a mais".

O desenvolvedor de software Claudio Oliveira diz já ter aprendido comandos novos com o ChatGPT, mas ressalta que é "preciso saber pedir" para aproveitar todo o potencial. Ele ainda não usa o serviço constantemente em seu trabalho, mas planeja experimentar mais o robô.

"Acredito que terão soluções que o ChatGPT poderá me entregar mais rápido e melhor do que uma busca no Google", afirma.

Já o analista de sistemas Sergio Antonio Soares Filho usa a plataforma com frequência para encontrar comandos e corrigir erros em seus códigos.

"Fora que estou usando também para substituir cursos que fazia em vídeo pela capacidade de ele entender o contexto das perguntas feitas", complementa.

Para Geraldo Gomes, da Zup, os desenvolvedores precisam testar as ferramentas para analisar no que elas são boas, mas também no que elas ainda têm dificuldades.

"O que ela não faz de legal é onde eu como profissional vou conseguir me especializar, fazer melhor que a ferramenta e tirar proveito de tudo aquilo que ela faz. Com isso, já é possível se estabelecer bem dentro da área", avalia.

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