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Ministério vai usar app gay para dar orientações sobre HIV na Olimpíada

Aplicativo é voltado ao público gay e pretende atingir até 7 mil pessoas; iniciativa busca dar orientações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento

O Ministério da Saúde lançou nesta sexta-feira (28) a campanha "Close Certo", que tem como objetivo dar orientações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil. Jovens capacitados pelo Ministério da Saúde estarão o tempo todo online no aplicativo Hornet - rede social de encontro gay que conta com mais de 1 milhão de usuários no Brasil - para tirar dúvidas sobre HIV e Aids durante o evento, que vai de 1° de agosto a 18 de setembro. A intenção é atingir pelo menos de 5 a 7 mil usuários.

São 15 colaboradores e três tutores que terão os perfis sinalizados com um laço azul. Eles são voluntários de diversos estados. O grupo vai tirar dúvidas sobre prevenção, diagnóstico, acesso a antirretrovirais por quem teve sexo com alguém enquadrado em algum grupo de risco. Assim que a campanha começar, uma mensagem de aviso será encaminhada a todos os usuários do aplicativo.

"É uma linguagem específica entre o público gay. É o canal certo de comunicação entre esse público, pode passar a mensagem de forma muito melhor do que um relatório nosso da ONU", disse Georgiana Orillard, diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

Os integrantes da campanha também podem esclarecer dúvidas sobre outras doenças sexualmente transmissíveis. A ação é voltada principalmente a homens gays e HSH (homens que fazem sexo com outros homens), que são o público mais vulnerável. A ação é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram 4.669 casos, o que representa uma taxa de detecção de 13,4 por 100 mil habitantes. Isso representa um crescimento de 41% em 11 anos.

Segundo a diretora do departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, a diferença entre gerações tem impacto nesse resultado. "Temos 30 anos de epidemia e esses jovens de 15 a 24 que estão se infectando não viram o que os mais velhos presenciaram: a morte de amigos, de líderes, cantores, personagens importantes para a época. A evolução do tratamento fez com que a Aids não tivesse mais o aspecto que tinha no início. Isso faz com que esse temor fosse minimizado", disse.

A ideia do "Close Certo" surgiu devido ao grande número de celulares e smartphones no país. "É um elo entre inovação e prevenção que atinje o jovem de hoje. Hoje temos 206 milhões de habitantes no Brasil, mas são 276 milhões de celulares. É o espaço em que os jovens estão", completou Adele.

O momento da campanha abrange o período da Olimpíada devido ao número de estrangeiros que o país vai receber. "É importante nesse momento dar informação correta para população brasileira sendo que muitos HSH de outros países estarão aqui", ressaltou a diretora.

É uma proposta de um projeto piloto, por isso está sendo iniciado por um grupo pequeno de 18 jovens colaboradores. Se tiver sucesso, poderá ser ampliado. O projeto inicial espera que cada colaborados tenha pelo menos 50 interações por dia, o que resultaria em até 7 mil contatos.

Atualmente, o Brasil tem 800 mil casos de HIV e nos últimos cinco anos 12 mil pessoas infectadas morrem por ano no país.  No mundo, 2 milhões de pessoas são infectadas por ano.

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