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Elon Musk depõe nesta segunda sobre desistência de compra do Twitter; entenda o caso

Audiência acontece dois meses depois de o bilionário anunciar que deixaria negociação com a rede social

O depoimento do bilionário Elon Musk sobre sua desistência de comprar o Twitter começa nesta segunda-feira (26). A audiência acontecerá a portas fechadas e terá uma parte feita na terça-feira (30), com possibilidade de ser estendida para um terceiro dia.

O empresário será ouvido em um tribunal de Delaware, nos Estados Unidos, onde a batalha judicial está tramitando. O processo começou em julho, depois que ele anunciou que sairia da negociação de cerca de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 230 bilhões).

Musk diz que deixou o acordo porque não foi informado corretamente sobre a quantidade de contas falsas e de spam na plataforma. O Twitter, por sua vez, diz que seguiu o que estava previsto e que o empresário é quem descumpriu a negociação.

O depoimento de Musk será usado em um julgamento marcado para começar em 17 de outubro. Entenda abaixo os principais pontos da disputa judicial que ele trava com o Twitter:

  • Quem é Elon Musk?
  • Como ele chegou à proposta para comprar o Twitter?
  • Por que Musk desistiu do acordo?
  • O que diz o Twitter?
  • Como está o processo?

Quem é Elon Musk?

Elon Musk é o homem mais rico do mundo, com fortuna de US$ 245 bilhões (cerca de R$ 1,3 bilhão na cotação de 24 de setembro), segundo a Bloomberg. Ele é o dono da empresa de foguetes SpaceX e da montadora de carros elétricos Tesla.

Filho do magnata sul-africano Errol Musk e da modelo canadense Maye Musk, Elon nasceu em Pretória, na África do Sul, em 1971. Ele viveu no país até 1989, quando se mudou para o Canadá pouco antes de completar 18 anos.

Musk começou a faculdade em 1990 na Queen's University em Ontário, no Canadá. Dois anos mais tarde, ele se transferiu para a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde se tornou bacharel em física e economia. O empresário se naturalizou americano em 2002.

Como ele chegou à proposta para comprar o Twitter?

A relação formal entre Musk e o Twitter só se tornou pública em 4 de abril, quando ele informou ter pagado cerca de US$ 2,9 bilhões (R$ 15,2 bilhões) por 9,2% em ações da empresa. As ações, porém, foram compradas aos poucos, desde 14 de março.

Em 14 de abril, o bilionário fez uma proposta para comprar todas as ações da empresa por US$ 54,20 cada uma, o que representaria um prêmio de 38% sobre o preço dos papéis. O conselho da empresa aceitou a oferta 11 dias depois, com a expectativa de uma transação de cerca de US$ 44 bilhões.

Musk, que já se declarou como "absolutista da liberdade de expressão", disse em abril que o Twitter virou uma "praça pública" global. Ele afirmou que a rede deveria permitir que pessoas se expressem livremente nos limites da lei, o que sugeriria uma redução na moderação de conteúdo.

Antes de comprar as ações e fazer a proposta para se tornar o único dono do Twitter, Musk já era ativo na plataforma. Além de anúncios sobre suas empresas, ele é conhecido por usar a plataforma para fazer declarações polêmicas sobre vários assuntos.

A disputa judicial acontece enquanto o empresário ganha mais alcance no Twitter: em abril, quando propôs comprar a rede social, seu perfil tinha cerca de 80,5 milhões de seguidores; hoje, ele conta com 107 milhões de seguidores.

Por que Musk desistiu do acordo?

Quando propôs comprar o Twitter, Musk também afirmou que pretendia eliminar dois tipos de perfis da rede social: bots (contas controladas por programas de computador que se passam por pessoas) e contas de spam (que postam mensagens em excesso para influenciar usuários sobre um assunto).

O Twitter estima que menos de 5% de sua base de 229 milhões é formada por contas falsas ou de spam, o que representa cerca de 11,5 milhões de contas. Segundo o presidente-executivo Parag Agrawal, os números reais estão até bem abaixo dessa projeção informada oficialmente.

Mas Musk diz que há mais contas falsas e de spam do que o divulgado pela rede social: segundo ele, uma análise de sua equipe com uma amostra de 100 perfis apontou que pelo menos 20% da base de usuários do Twitter não é real.

Menos de três meses após fazer a oferta, Musk solicitou formalmente a saída do acordo. Em carta à SEC, órgão dos EUA equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, ele alegou que o Twitter violou o acordo.

No documento, advogados do bilionário afirmaram que a análise de consultores fez Musk acreditar que "a proporção de contas falsas e de spam incluídas na contagem de usuários relatada é muito superior a 5%".

Musk também afirmou que a empresa não cumpriu suas obrigações quando ele pediu dados sobre contas suspeitas. O empresário alegou na carta que a companhia "falhou ou se recusou a fornecer essas informações".

O que diz o Twitter?

Quatro dias após desistir de comprar o Twitter, Musk foi processado pela companhia, que pediu à Justiça que o negócio seja concluído. A empresa afirma que o bilionário montou um "espetáculo público" para colocá-la em cena.

"Musk aparentemente acredita que ele – ao contrário das outras partes sujeitas à lei contratual de Delaware – é livre para mudar de ideia, zombar da empresa, prejudicar suas operações, destruir valor aos acionistas e ir embora", disse o Twitter no processo.

A empresa disse que não descumpriu nenhuma de suas obrigações previstas na negociação e que seu conselho de administração está "comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados".

Em 13 de setembro, o Twitter concluiu uma votação em que acionistas aprovaram o acordo para vender a companhia para Musk. O resultado da negociação, no entanto, será definido pela Justiça dos EUA.

Como está o processo?

O processo do Twitter contra Elon Musk está sendo analisado por um tribunal de Delaware, onde a empresa está registrada. O caso é conduzido pela juíza Kathaleen McCormick, que marcou a data do julgamento para 17 de outubro.

Antes dessa data, porém, várias pessoas e empresas foram intimidas a prestar informações. Entre elas, o cofundador do Twitter Jack Dorsey, o cofundador da Oracle Larry Ellison e o ex-presidente-executivo da Intel Robert Swan.