Após um ano da ação impetrada pela Defensoria Pública do Estado (DPE), o Governo de Alagoas finalmente inaugurou, nessa quinta-feira (25), a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com pressão negativa no Hospital Escola Dr. Helvio Auto, em Maceió.
A estrutura deve evitar o alto risco de contaminação de profissionais e pacientes. A ação, que foi movida em 2020, pedia que a Secretaria estadual de Saúde (Sesau) entregasse a estrutura o mais rápido possível.
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Ainda assim, como tem feito, o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, usou sua rede social para divulgar o feito como ação exclusiva da pasta. De forma deliberada, ele omitiu a ação do defensor público Fabrício Leão Souto, do Núcleo de Direitos Coletivos da DPE.
Fabrício Leão ainda solicitou que os entes públicos forneçam equipamentos, medicamentos, insumos e correlatos para que os profissionais do Hospital Escola Dr. Helvio Auto lidem com as doenças infectocontagiosas.
As informações que abasteceram a DPE partiram de uma reportagem especial do Jornal Gazeta de Alagoas, escrita pelo repórter Arnaldo Ferreira. Depois de realizar uma investigação sobre o assunto, ouvindo fontes da própria unidade, ele constatou que somente a chamada "sala de pressão negativa" conseguiria evitar mortes de quem era atendido, trabalhava e, eventualmente, acompanhava os pacientes.
Antes dessa denúncia, o Estado já desrespeitava a orientação do próprio Conselho Regional de Medicina (CRM), que preconiza tal feito como condição ideal de trabalho. Ou seja, enquanto a preocupação da Sesau era com a propaganda, dezenas de pessoas ficaram expostas à contaminação.
Em contato com a Gazetaweb, o defensor público Fabrício Leão Souto, que foi até a Justiça para garantir melhorias estruturais na unidade hospitalar, disse que já era o tempo de Alagoas ter leitos de UTI com pressão negativa.
"Nós sabíamos bem o que significava o sistema de pressão negativa e que já era hora de Alagoas contar com tal serviço, justamente por não haver nenhum até então. Foi por essa razão que ajuizamos uma ação nesse sentido", disse.
Segundo ele, o Governo de Alagoas perdeu tempo ao dizer que a instalação da estrutura era inviável. "Perderam tempo dizendo que era inviável, lançando notinhas, especialmente a UNCISAL e a Direção do Hospital. Estavam errados".
Na manhã dessa quinta (25), os leitos com a "pressão negativa" foram entregues com a presença do secretário Ayres e do governador Renan Filho, que, ao lado dos especialistas, posaram para foto. Como era de se esperar, o ambiente festivo foi usado como mais uma ação excepcional da Sesau, quando, na verdade, ocorreu após um comportamento ordinário.
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