O presidente do diretório do Partido dos Trabalhadores em Alagoas, deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, convocou a imprensa, nesta sexta-feira (4), para falar sobre a ação deflagrada pela Polícia Federal (PF) que teve como alvo o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Paulão afirmou que Lula foi vítima de um "sequestro", destacando que o PT e os demais partidos aliados "não vão ficar calados".
O líder do PT em Alagoas ressaltou ainda que a operação deflagrada teve como principal objetivo fortalecer um protesto marcado para acontecer no dia 13 de março, contra a presidente Dilma Rousseff (PT). "Lula foi vítima de um sequestro, visto que, em nenhum momento, foi convidado a prestar esclarecimento. Estamos estarrecidos com essa situação. Na verdade, a operação deflagrada hoje tem como objetivo fortalecer o protesto do dia 13, organizado pelos coxinhas [termo usado pelos petistas para se referir aos oposicionistas]", pontuou Paulão.
O deputado federal também falou, durante a entrevista no início da tarde e que contou com a presença de outras lideranças da sigla, ter conhecimento de que há uma partidarização nas investigações do Ministério Público Federal (MPF), de parte da Polícia Federal e da mídia. "O que querem é o golpe contra a democracia", diz, referindo-se à defesa, por setores da oposição, do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A operação deflagrada hoje integra a 24ª fase da Operação Lava Jato, que teve como principal alvo o ex-presidente da República. Ela apura repasses milionários feitos por empreiteiras e que teriam Lula entre os beneficiados.
"O Partido dos Trabalhadores não vai se calar. Não vamos nos acovardar diante disso. Vamos para o bom combate, em busca da verdade. Vamos às ruas enfrentar este golpe contra a democracia. O golpe não passará. Não vamos aceitar que uma presidenta eleita democraticamente saia por meio de um golpe", completou Paulão.
O líder do PT em Alagoas disse, ainda, que legendas políticas se uniram para atacar o ex-presidente, que continua sendo considerado uma grande força popular. Questionado sobre o triplex em Guarujá - apartamento que teria sido ofertado pela OAS, investigada na Lava jato, ao ex-presidente -, Paulão disse que Lula tem plenas condições de ter um imóvel no valor de R$ 600 mil.
"Uma ação terá reação. Não vamos ficar calados. Temos partidos embutidos, diversos partidos. PT, PSB, Rede e PSOL já alertaram: mexeu com Lula, mexeu comigo", emendou.
E enquanto Paulão concedia entrevista em Alagoas, em São Paulo, o ex-presidente também falava com a imprensa e chamava a operação desta sexta de "espetáculo de pirotecnia". "Hoje eu me senti um prisioneiro. Estou indignado pelo que fizeram com a minha família e com os meus companheiros do Instituto. Eu acho que merecia um pouco mais de respeito", falou Lula, negando envolvimento em qualquer ato ilícito.