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Mourão diz que Bolsonaro pode ter de cancelar viagem para a Rússia

Nesta segunda (24/1), Otan enviou aviões e navios em direção ao Leste Europeu em meio à tensão entre Rússia e Ucrânia

O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta segunda-feira (24/1) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode se ver obrigado a cancelar uma viagem para a Rússia, em fevereiro, a depender da evolução da crise envolvendo o país e a Ucrânia.

Durante conversa com a imprensa, ele disse que o Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, não está envolvido nas discussões sobre a crise entre os dois países.

“Pode ser que aconteça alguma coisa daqui para lá e ele [Bolsonaro] seja obrigado a cancelar a viagem, né? […] Isso aí é questão da segurança europeia, né? Nós estamos de outro continente. Aqui nós somos do continente da paz”, declarou.

A tensão entre os dois países – que se estende desde 2014 – vem ganhando força nas últimas semanas. A possibilidade de que milhares de tropas russas, reunidas perto da fronteira com a Ucrânia, possam se movimentar deixou o conflito entre os dois países ainda mais intenso e crítico.

A Organização do Tratado do Norte Atlântico (Otan) afirmou que enviaria navios e caças adicionais para a Europa Oriental. Além disso, segundo o jornal The Washington Post, há relatos de que o governo dos Estados Unidos estava considerando o envio de forças americanas e armamentos para reforçar os aliados da organização na Polônia e país bálticos.

O porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, disse que o país está observando os movimentos da Otan e que o presidente russo, Vladmir Putin, está “tomando medidas para garantir que nossa segurança e nossos interesses sejam devidamente protegidos”.

A Otan disse que seus membros estão “colocando forças de prontidão e enviando navios e caças adicionais para implantações da Otan na Europa Oriental, reforçando a dissuasão e a defesa aliadas enquanto a Rússia continua seu reforço militar dentro e ao redor da Ucrânia”.

“Crise existencial de Putin”

Na semana passada, o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que o iminente conflito militar é fruto de uma espécie de crise existencial do presidente russo, Vladimir Putin, que estaria “tentando encontrar seu [da Rússia] lugar no mundo entre a China e o Ocidente” e gostaria de desafiar as potências internacionais e a Otan.

“Meu palpite é de que ele vai se mover. Ele tem que fazer alguma coisa. Mas se eles realmente fizerem o que são capazes de fazer com as forças acumuladas na fronteira, será um desastre para a Rússia”, disse Biden.

A Rússia aumentou sua presença militar perto da Ucrânia e na Bielorrússia para níveis sem precedentes nos últimos dias, de acordo com analistas militares.

Provocações

As autoridades russas negaram que planejam uma invasão e tentaram inverter a narrativa de que estariam fazendo exercícios conjuntos envolvendo a prática de uma resposta a ameaças externas. O país acusou nações ocidentais de planejar “provocações” contra Moscou.

“Quero chamar sua atenção para o fato de que tudo isso não está acontecendo por causa do que nós, a Rússia, estamos fazendo. Tudo está acontecendo por causa do que os Estados Unidos [e] a Otan estão fazendo e por causa das informações que estão espalhando”, relatou Peskov.

A Otan afirmou que “continuará a tomar todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os Aliados, inclusive reforçando a parte oriental da Aliança”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, disse que o país repetiu muitas vezes que “está comprometido com a paz e a diplomacia e não planeja nenhum ataque militar”. “Só queremos proteger nossa fronteira sul”, continuou ele.

Países ocidentais

A partir disso, os países ocidentais passaram a tomar atitudes mais dramáticas durante as vésperas da ação armada antecipada.

A Grã-Bretanha ordenou que alguns diplomatas e suas famílias deixassem a Ucrânia, um dia depois de os Estados Unidos ordenarem que famílias de diplomatas deixassem o país e recomendarem a saída de funcionários diplomáticos não essenciais.

O Departamento de Estado também alertou os cidadãos americanos a considerarem deixar a Ucrânia, com autoridades dos EUA alertando que um ataque pode acontecer “a qualquer momento”.

A Austrália também ordenou que familiares de diplomatas na Ucrânia saiam por causa da situação de segurança e alertou os cidadãos australianos para partirem. A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, disse às autoridades australianas que enviem assistência, incluindo apoio para ajudar o país ucraniano a se proteger contra ataques cibernéticos.

A presidente da União Europeia (UE), Ursula von de Leyen, anunciou, nesta segunda, o envio de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 7,4 bilhões) em ajuda de emergência para ajudar a Ucrânia a atender às necessidades de financiamento “devido ao conflito”.

Os membros da UE estão divididos sobre quais sanções devem estar na mesa e se devem enviar armas de defesa para a Ucrânia.

Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, disse que o movimento dos Estados Unidos de enviar alguns diplomatas para casa foi prematuro e excessivamente cauteloso, já que não houve mudanças materiais na situação de segurança do país.

“Embora respeitemos o direito dos Estados estrangeiros de garantir a segurança de suas missões diplomáticas, consideramos tal passo do lado americano prematuro e sinal de excesso de cautela. De fato, não houve mudanças importantes na situação de segurança recentemente”, disse ele em comunicado.

Putin alegou que a Rússia é vítima da agressão ocidental e ameaçou uma resposta “técnica militar”.

Nos últimos dias, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha divulgaram alegações de dois planos russos separados para desestabilizar o governo ucraniano e instalar um governo pró-Moscou. As autoridades russas negaram as acusações.