A discussão sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA), na Câmara de Maceió, na tarde desta segunda-feira (26), foi marcada pelo apelo de lideranças comunitárias para a situação de penúria da periferia da capital alagoana. Para 2019, a previsão de gastos é de R$ 2,6 bilhões para investimentos na cidade e demais serviços.
Após a apresentação do orçamento, realizada pelo assessor técnico da Câmara de Maceió, Marzio Delmoni, os representantes da sociedade civil fizeram seus pedidos. O mais contundente foi o líder comunitário do Conjunto Vigem dos Pobres I, no Vergel do Lago, Ailton Santos, que denunciou o fato de há 30 anos morar no local e não ter visto melhorias na região.
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"Não é a primeira vez que estou aqui. Moro na comunidade há 30 anos e não vemos um pingo de melhoria por lá. Somos um dos lugares mais abandonados da área sul. Nossas crianças e jovens ficam ociosos. Ninguém vê uma área de lazer e até a reforma de uma praça pedimos e não conseguimos", cobrou Ailton.
Ele lembrou, ainda, que falta pavimentação e creche para que as mães marisqueiras, além de outras trabalhadoras possam deixar os filhos para poder trabalhar. Segundo o vereador Jônatas Omena (PPL), já existem emendas para a pavimentação e deve ser feita em tempo hábil pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seminfra).
Social
Outro apelo importante feito durante a audiência pública foi da psicóloga Suzana Cunha, que integra a equipe da Gerência Psicossocial do município. Ela lembrou que o setor trabalha com pacientes com problema de transtorno mental.
"Trabalhamos com pessoas com transtornos mentais. Atualmente, 70 delas contam com apoio nas Residências Terapêuticas e, diante disso, precisamos da estruturação da rede. Hoje, o Caps é quem atende a essas pessoas", apelou Suzana.
O vereador Antônio Holanda (MDB), que presidiu a sessão, informou que apresentou oito emendas para o Caps, mas o prefeito Rui Palmeira (PSDB) vetou três delas. "Vamos nos reunir para saber se iremos derrubar os vetos, mas temos preocupação com esse tema, principalmente por ser médico psiquiatra", disse Holanda.
A conselheira Eliane Uchôa, do Conselho Municipal de Assistência Social, alertou para a dificuldade da área social depois do corte de 54% dos recursos federais.
"É algo que repercute aqui em Maceió, porque temos uma rede de atendimento e, atualmente, o orçamento para Maceió é de 0,08%, ou seja, não chega a 1%", disse Eliane. "Vale lembrar que os Cras e o Caps foram criados pelo governo federal, mas são mantidos pelo município".
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