Kátia Born ameaça deixar PSB e chama JHC de 'golpista e traidor'

Ela fez inúmeras críticas à intervenção nacional do partido em Alagoas

"Garotinho, traidor, golpe". Foram algumas das palavras que Kátia Born disse, na entrevista coletiva que convocou, na manhã desta segunda-feira (28), para tratar sobre a substituição dela da presidência do diretório estadual do PSB para que o deputado federal JHC assumisse. Aos jornalistas, ela fez inúmeras críticas à intervenção nacional da sigla em Alagoas e voltou a classificar o episódio como um verdadeiro golpe. Ela também ameaça deixar o partido.
"Não há outra palavra pra classificar se não golpe. Propusemos que JHC respeitasse o mandato atual da presidência até 2017, mas ele não quis. Foi por cima, sem dá nenhuma satisfação. Sinto-me traída, decepcionada. Foram anos dedicando a construção desta sigla em Alagoas. Não sei o que vamos fazer a partir de agora. Certo é que vamos resistir a esse golpe. Intervenção essa que está acontecendo em outros estados. Não foi só em Alagoas", afirmou Kátia Born.
Sobre um eventual acordo que Kátia teria feito pra JHC ser presidente, Kátia negou. Segundo integrantes de parte do partido, ela tinha negociado para o deputado ser presidente depois das eleições de 2016. Ela, no entanto, reforçou que não tinha acordo e reafirma que tenha sido um golpe e que o objetivo não está muito claro.
"Ainda estou tonta. Foram 31 anos de dedicação à história. Esse golpe foi o presente que JHC deu após o engajamento que tivemos nas eleições municipais. Até sexta-feira vamos tomar uma decisão, que pode ser uma saída geral da sigla. Não há explicação lógica para esse golpe. Não há nenhuma acusação contra a executiva. Golpe, golpe mesmo. Não há outra palavra", segue Kátia.
Ela ainda chamou JHC de golpista, traidor e de 'garotinho'. 
O presidente nacional do PSB, Carlos Cerqueira, havia comunicado que a partir desta segunda-feira a presidência da Executiva Estadual do partido seria de JHC e não mais de Kátia Born.
Os integrantes que apoiam Kátia no PSB acreditam que a chegada de JHC tem a ver com o rateio do fundo partidário. "Nós vamos lutar, não vamos deixar por isso. JHC não representa a essência do partido. Particularmente, votei contra a entrada dele aqui. Sempre soube da postura lamentável dele. Ele é igual a ao pai. Pensei que ele seria diferente, mas é mais conservador e tem velhas práticas. Não vamos aceitar calados. JHC quer vender o PSB como moeda de troca nas eleições. PSB tem história. Não faz jus com a história de luta", disse Geraldo Magella, um dos integrantes do partido.
Quanto ao golpe, o secretário nacional do segmento LGBT do PSB, Otávio Oliveira, afirmou que não existe esse tipo de atitude e que tudo foi conversado e pactuado com ela. "Agora, na hora da transição, ela esperneou e começou a contar várias mentiras, expondo a democracia interna do PSB", lamentou Otávio.

Receba notícias da GazetaWeb no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:

https://4et.us/rvw00p