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Deputado coloca em xeque valores pagos pelo Estado no 'golpe dos respiradores'

Parlamentar criticou o Consórcio Nordeste por 'não encontrar coisas boas nas ações do grupo'

Aliado de Jair Bolsonaro (sem partido) em Alagoas, o deputado Cabo Bebeto (PSL) fez críticas ao Consórcio Nordeste, formado pelos nove governadores da região, acusando o grupo de somente se reunir para falar mal do presidente da República. E questionou os valores empenhados pelo Estado para a compra de respiradores, via colegiado, e que nunca chegaram. Segundo o parlamentar, a conta não bate.

Bebeto disse que checou no Portal da Transparência e ficou surpreso que existem dois processos, um para compra de 50 respiradores, no valor de R$ 10 milhões, datado de 11 de maio, e outro, para aquisição de mais 30 respiradores, orçado em R$ 4 milhões, de 7 de maio. Segundo ele, os valores foram empenhados, mas não se sabe se efetivamente foram pagos.

E continua ao argumentar que o Governo de Alagoas teve que pagar, no dia 27 de abril, mais de R$ 5 milhões para que o consórcio pudesse fechar a compra. Só um mês depois, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) enviou oficio ao presidente do Consórcio, governador da Bahia, Rui Costa (PT), para saber o que estava acontecendo.

"Parece que foi tarde a pergunta porque, alguns dias depois, foi deflagrada a operação da Polícia Civil (PC) contra empresa que vendeu os equipamentos e enganou todos os estados. Além disso, por que o Estado de Alagoas quer recuperar R$ 4 milhões se, pelo menos, R$ 5 milhões foram pagos? O restante do dinheiro serviu para quê?"

Como plano de fundo ao discurso, o parlamentar citou a compra de respiradores (que nunca foram entregues), pelo colegiado, e que acabou sendo alvo de uma operação policial na última segunda-feira (1º).

"O que este consórcio tem feito de bom para Alagoas, a não ser juntar estes governadores para falar de política e, principalmente, criticar o presidente da República? Eu procuro uma coisa boa e não encontro. O pior disso tudo é a negligência, ingenuidade ou por que não dizer incompetência dos estados em deixar de consultar a Controladoria Geral para evitar tamanho prejuízo pela falta dos ventiladores mecânicos", destacou Cabo Bebeto.

Ele disse considerar que o golpe aplicado pela empresa contratada para venda destes equipamentos se deu aos estados, e não, ao consórcio, e lamentou que, no Brasil, não se tenham penas mais severas para crimes cometidos deste tipo.

"Não vejo diferença entre um crime como este e um ato terrorista. Não foi somente estelionato. A quadrilha criou um cenário para assaltar todos os estados e, pior do que isto, sabendo que não entregaria os aparelhos, assumiu o risco de matar pessoas que precisavam do equipamento para viver, e não vão ter. É um crime contra a Saúde pública", avaliou.

Bebeto classificou como ingênua a atitude dos estados. Para ele, o decreto de calamidade pública, abrindo a possibilidade de se comprar sem licitação, parece que está tirando dos administradores públicos, lesados, a capacidade de analisar se haveria outras possibilidades de comprar o produto. Será que esta era a única opção que tinham, como alegam?", questionou.

E completa: "Se não há outras opções e o Governo do Estado foi enrolado pelos terroristas, significa que o Governo não irá mais adquirir respiradores. Ainda bem que, neste meio termo, o Governo Federal chegou junto com 30 novos respiradores, sendo quinze móveis e mais quinze fixos".

Em aparte, o deputado Davi Maia (DEM) ressaltou que o Estado de Alagoas teve que pagar R$ 836 mil somente para se associar ao Consórcio do Nordeste e, não diferente do colega de Parlamento, engrossou o coro de reclamações ao colegiado.

"Quando os estados do Nordeste passaram pelo problema das manchas de óleo no litoral, este consórcio nunca se reuniu. Para resolver a problemática da seca, muito menos. Agora, para assinar carta contra o presidente da República, foram, pelo menos, umas nove vezes", frisa o democrata, expondo que o Estado de Alagoas mantém dois servidores para prestar serviço ao consórcio, recebendo dobrado por isto.

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