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Assembleia de Alagoas discute uso medicinal do canabidiol

Foi solicitada uma audiência pública, com a participação de especialistas e pessoas que fazem uso do produto, para debater o tema

O uso medicamentoso do canabidiol, produto derivado da maconha (cannabis sativa), foi alvo de discussão nesta quarta-feira (18) na Assembleia Legislativa de Alagoas. Foi solicitada uma audiência pública, com a participação de especialistas e pessoas que fazem uso do produto, a ser realizada na Casa de Tavares Bastos, para debater o tema, que é polêmico, e divide opiniões.

A solicitação foi feita pelo deputado Lobão (MDB), que assumiu a vaga na assembleia após a eleição de Paulo Dantas para governador-tampão. Segundo o parlamentar, o pedido é baseado em evidências científicas. "Nosso objetivo é permitir acesso mais barato deste medicamento para pacientes com Alzheimer ou Parkinson, por exemplo", disse o deputado.

O canabidiol, conhecido popularmente como CBD, é uma substância extraída da planta cannabis, que atua no sistema nervoso central e apresenta potencial terapêutico para o tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson, epilepsia ou ansiedade.

No Brasil, a Anvisa criou uma categoria de medicamentos derivados da cannabis que podem ser comercializados após aprovação da Agência. Estes remédios estão indicados principalmente nos casos em que outras formas de tratamento não estão demonstrando o efeito pretendido. A sua venda é feita com apresentação de receita médica de controle especial.

"A Anvisa autorizou apenas a importação desse medicamento. Assim, hoje, para quem tem condições, só se consegue pagando caro", disse Lobão, afirmando que na periferia de Maceió, encontrou pessoas usando outros medicamentos, que custam mais de 800 reais.

"Alguém com Parkinson, que recebe um salário mínimo, não tem acesso ao tratamento. Criança autista de pais com baixa renda também não têm acesso", lamentou o deputado.

Além da possibilidade de tratar pessoas mais simples, com um preço mais acessível, Lobão lembrou das possibilidades da criação de empregos com a fabricação deste medicamento em território alagoano. "Ao invés de importar do Canadá, EUA ou Israel, nós poderíamos fabricar, não só para nossa população, como também exportar para outros países", afirmou Lobão.

Deputados, como Cabo Bebeto, concordaram que a discussão tem que ser levada em âmbito de saúde pública.

"O princípio ativo do canabidiol é CBD, e não THC", lembrou Nezinho. Já Cibele Moura falou em "puro preconceito" dos que não querem liberar o medicamento por fazerem uma associação desnecessária com maconha. "Críticos do tema adoram fazer uma cortina de fumaça para criar polêmica com maconha ou mesmo para pegar carona com a liberação de drogas, o que sou completamente contrário", disse Cabo Bebeto.