ALE deve convocar superintendente da Vice-Governadoria para explicar 'gabinete fantasma'
Pedido para ouvir José Carlos Gomes foi formulado pelo deputado Davi Maia, autor das denúncias de irregularidades no órgão desativado
Ailton Cruz

Há expectativa de que a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) aprove, na semana que vem, a convocação do superintendente de Planejamento, Orçamento, Finanças e Contabilidade do Gabinete da Vice-Governadoria, José Carlos Gomes. O pedido para que o funcionário seja ouvido foi formulado pelo deputado Davi Maia (DEM).
O parlamentar denunciou nomeações que considera irregulares para o órgão, levando em consideração que o Estado não tem vice-governador e nem prédio próprio para abrigar esta repartição, sendo um claro exemplo de ‘gabinete fantasma’.
Maia sugere que Carlos Gomes seja interrogado para esclarecer sobre as atuais atividades da Vice-Governadoria, desativada desde 31 de dezembro de 2020, com a renúncia formalizada por Luciano Barbosa (MDB), vencedor das eleições para Prefeitura de Arapiraca.
“Neste sentido, a convocação é imprescindível para que se esclareça quais as atuais atividades exercidas pelo órgão, uma vez que o Estado de Alagoas não possui mais vice-governador. Com isso, é necessário que a Assembleia Legislativa questione o superintendente sobre os motivos pelos quais a Vice-Governadoria nomeou, atualmente, sete servidores, bem como requereu a disponibilização de carros para o exercício das atividades administrativas”, destacou o deputado.
O regimento interno do Parlamento prevê a convocação de secretários de Estado para fins de esclarecimentos acerca de temas voltados aos interesses da Casa e do povo de Alagoas. Neste caso, Davi Maia avalia que o pedido para chamar Carlos Gomes se equipara ao trâmite formal para interrogar os gestores das pastas.
“Vamos querer saber dele qual a real função e de outros nomeados para o órgão já extinto. Pela Constituição, a função do gabinete da Vice-Governadoria está estritamente ligada à atuação do vice-governador, que não existe mais. Portanto, cada nomeação feita para o órgão é considerada ilegal”, afirmou.
Ele acrescenta que muitas dúvidas poderão ser respondidas caso a Assembleia aprove a convocação do superintendente. “Onde funciona o órgão; onde estão lotados os servidores, já que não há atos normativos; para qual finalidade os veículos de luxo são utilizados, qual a função exata de todos e quem comanda a gestão do órgão sem a figura do vice-governador?”.
Na sessão plenária desta quarta-feira (23), o requerimento de Davi Maia foi discutido. Na semana que vem, o pedido será levado à votação.
Além de denunciar o funcionamento de um provável ‘gabinete fantasma’ na estrutura do governo do Estado, o deputado formalizou o caso ao Ministério Público Estadual (MPE), de quem solicitou a abertura de processo investigativo.
VERSÃO DO ESTADO
Em nota, o Governo explicou que a "Governadoria é um órgão da administração direta do Estado, constituída pelo Gabinete do Governador, Vice-Governadoria e Gabinete Civil. Como estrutura da administração direta , a Vice-Governadoria é pautada por três linhas de atuação previstas na Lei Delegada: gestão estratégica, gestão de estado e gestão finalística. Dentro da gestão finalística é papel da Vice-Governadoria a articulação política e social e a interiorização. Desta forma, o fato de não haver vice-governador no exercício do cargo não anula a função finalística do órgão, nem sua função estratégica, que passou a ser acumulada pelo chefe do Executivo. Todas as funções administrativas da estrutura continuam ativas e os seus servidores foram redistribuídos para outros órgãos do Estado. O prédio foi entregue por uma questão de economia e redução de despesas".
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